A Matera, empresa brasileira especializada em soluções de pagamento e outros produtos financeiros, acabou de fechar uma rodada de US$ 100 milhões (mais de R$ 500 milhões) com a Warburg Pincus, um aporte para impulsionar a expansão e a presença das soluções de pagamento da companhia no mercado nacional – e também lá fora.
Com os recursos, a companhia quer manter o ritmo de crescimento registrado no ano passado, de 30% em relação ao ano anterior, contando com clientes como C6 Bank, Digio, Cielo, XP, Pagbank e Valia, além dos principais bancos estrangeiros em atuação no Brasil.
De acordo com a Matera, as soluções da empresa processam mais de 60 milhões de contas e 5 bilhões de Pix por ano e têm a capacidade de suportar mais de 12 mil transações por segundo.
“Esse investimento vai impulsionar nossa expansão em áreas-chave como desenvolvimento de produtos, excelência no atendimento de clientes e aquisições de soluções complementares”, diz Carlos André, um dos sócios-fundadores e presidente do Conselho de Administração da Matera.
“Queremos continuar a crescer de forma ainda mais acelerada. O potencial do mercado brasileiro e dos mercados internacionais é imenso”, completou o executivo, em nota.
Para 2024, a expectativa é continuar atraindo grandes contas de forma orgânica, e adicionar mais 10% de crescimento a partir de aquisições e um foco reforçado no mercado internacional. O plano da companhia prevê uma receita de R$ 500 milhões até o final de 2024.
“Queremos continuar a aperfeiçoar e evoluir nossas soluções cada vez mais rápido.” comenta Ricardo Chisman, presidente da Matera, em comunicado. “Vamos em busca do ‘core perfeito’ – uma solução focada no futuro, suportando todo o crescimento e evolução da maturidade e das necessidades de nossos clientes”, completa.
A última rodada da Matera foi em 2020, quando levantou R$ 100 milhões do fundo de private equity do Kinea, do Itaú, com metas de de internacionalizar e fazer aquisições para complementar seu portólio.
No ano passado, a Matera se movimentou em linha com o plano, comprando por um valor não divulgado a Cinnecta, empresa de inteligência de dados especialista na fidelização e rentabilização de clientes a partir da recomendação de ações para maximizar o lifetime value.
A aquisição mais recente da companhia foi a InfoTreasury, startup que faz operações de tesouraria mais complexas, como hedges, derivativos e COE e faturou cerca de R$ 12 milhões no ano passado.
Rodada grande
Para a Warburg Pincus, o investimento na Matera é o maior realizado pelo fundo em uma startup brasileira nos últimos dois anos. No ano passado, a gestora tinha investido US$ 40 milhões na retailtech Scanntech e outros US$ 40 milhões na Superlógica. O maior aporte da Warburg até a atual rodada da Matera tinha sido US$ 100 milhões investidos na Sólides, no começo de 2022.
“O fundo global tem como foco investir em empresas de tecnologia com alto potencial de crescimento e que ofereçam soluções inovadoras. A Matera é um exemplo de modelo de negócio que, além de crescer a taxas aceleradas, dificilmente é replicado”, destaca Henrique Muramoto, sócio responsável pelas operações do WP no país, em comunicado.
O Bank of America e Freitas e Leite Advogados assessoraram a Matera na transação com a Warburg Pincus.