A Neuralink, startup fundada por Elon Musk que desenvolve chips implantáveis no cérebro, levantou mais US$ 43 milhões em extensão de série D realizada em agosto, de acordo com um documento apresentado na última semana à SEC – Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos.
Com o valor adicional, o total da rodada liderada pelo Founders Fund, do empresário Peter Thiel, subiu para US$ 323 milhões. Segundo o documento divulgado pelo TechCrunch, 32 investidores participaram da série D.
Embora a Neuralink não tenha revelado o seu valuation após o aporte, a última atualização da startup neste sentido aconteceu em junho, quando estava avaliada em cerca de US$ 5 bilhões. Em seus sete anos de vida, a startup de Elon Musk acumula mais de US$ 680 milhões em investimentos recebidos.
Ligação cérebro-computador
O dispositivo (chip cerebral) desenvolvido pela Neuralink tem tamanho aproximado ao de uma moeda e visa a ajudar pessoas com paralisia ou lesões cerebrais traumáticas a se comunicar e controlar um computador usando apenas seus pensamentos. O chip possui uma bateria interna que é carregada sem fio, com 1024 eletrodos ligados ao cérebro por meio de um robô.
Uma vez instalados, os eletrodos podem ler os sinais químicos elétricos enviados por neurônios enquanto eles comunicam-se entre si. As informações coletadas são interpretadas por algoritmos de aprendizado de máquina e softwares baseados em inteligência artificial e, assim, podem ser transmitidos a um computador ou telefone.
Em maio, a companhia recebeu o aval da FDA (Food and Drug Administration, em inglês) – órgão semelhante à Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) do Brasil- para iniciar testes de seus chips cerebrais em humanos. Para garantir a segurança e funcionalidade do implante, a startup afirmou que realizaria uma série de testes em casa e na clínica durante um período de 18 meses.
A autorização foi concedida em meio a investigações que a companhia enfrenta no país quanto a falhas no manuseio de experimentos em animais. A suposta pressão de Elon Musk para acelerar pesquisas teria feito a Neuralink causar mais mortes de animais do que o necessário.