A Parfin, startup de infraestrutura para ativos digitais, anunciou a captação de US$ 10 milhões em uma rodada Série A para levar o blockchain e os criptoativos ao sistema financeiro tradicional. O investimento foi liderado pela ParaFi Capital, um venture capital de Nova York especializado em ativos digitais, e contou ainda com participação da Framework Ventures, L4 Venture Builder e Núclea. Até o final do segundo closing, o valor pode chegar a US$ 16 milhões.
Fundada em 2019 pelos brasileiros Marcos Viriato, Alex Buelau e Cristian Bohn, que trazem expertise tanto no mercado financeiro, quanto em blockchain, a Parfin teve seu crescimento impulsionado pelo Crypto as a Service (CaaS), que permite que bancos ofereçam aos clientes diversas opções em criptoativos e ativos digitais.
Com o investimento, a startup planeja expandir globalmente com a Rayls, um sistema de blockchain para empresas que oferece privacidade, interoperabilidade e descentralização. Entre seus usos pelas empresas estão a tokenização de ativos financeiros, transações intra-institucionais e cross-boarder.
A Rayls também participa atualmente do piloto oficial do Drex com o Banco Central do Brasil, em
que está sendo testada por suas capacidades de privacidade e escalabilidade, essenciais para iniciativas de Central Bank Digital Currency (CBDC).
Em entrevista ao Startups, Marcos Viriato, co-fundador e CEO da Parfin, afirma que a solução de privacidade da Rayls vai ajudar a trazer mais segurança para as transferências feitas com o Drex. Sócio do BTG Pactual por 13 anos, tocando áreas de operações de tecnologia, o executivo afirma que existe um interesse cada vez maior por parte das instituições financeiras tradicionais de integrarem os ativos digitais aos seus portfólios e aproveitarem as vantagens do blockchain.
Hoje, a empresa atende a clientes como B3 Digitas (subsidiária de serviços de ativos digitais da B3), Banco BV e Núclea. Os planos de expansão incluem Ásia, América Latina e Europa.
“O Rayls é um produto global e também temos conversado com bancos americanos, mas os Estados Unidos ainda têm uma falta de clareza regulatória que deixa a entrada no país mais complicada”, afirma Marcos.
A última captação da Parfin havia sido em 2022. Desde então, a empresa vivenciou o momento de seca no venture capital e, como muitas, aproveitou a escassez de recursos para trabalhar na sustentabilidade do negócio. Segundo Marcos, a perspectiva é que a startup atinja o breakeven nos próximos 18 meses.
“Nossa visão é que o mercado está seco. Vários fundos que alocaram recursos de forma abundante tiveram uma reprecificação de portfólios. E no segmento de ativos digitais o nível de due diligence subiu muito. A busca por rentabilidade entrou na equação. Nosso sucesso é uma combinação do reconhecimento dos clientes atuais, com uma infraestrutura promissora. No mercado financeiro, não se vê muitas startups com grandes clientes como a gente. Oferecemos tecnologia de ponta para clientes muito exigentes, o que despertou interesse”, diz.