Para quem esperava um aquecimento nos investimentos para as startups brasileiras em 2025, os números do mais recente trimestre mostram que ele está acontecendo. É o que aponta um novo relatório divulgado pela Sling Hub, que registrou um total de US$ 712 milhões investidos em startups brasileiras de junho a setembro deste ano.
O montante representa um aumento de 86% em relação ao volume de investimentos no mesmo período em 2024. De acordo com o levantamento, o valor mostra uma volta da confiança dos investidores, especialmente com investimentos na parte de inteligência artificial. Isso se inclusive aumentou o valor dos cheques no período – foram 117 rodadas registradas, 2% a menos que o terceiro trimestre do ano passado.
O relatório da Sling Hub também fez uma somatória de todos as captações feitas por startups no período – incluindo FIDCs e dívidas. Nesse levantamento, foram US$ 1,24 bilhão captados, um aumento de 38% sobre o segundo trimestre de 2025 e o mesmo período no ano passado.
As rodadas de destaque no relatório foram a da fintech Omie, que fechou uma mega rodada de US$ 157 milhões com o fundo Partners Group. Outros cheques altos foram os da Starian, spinoff da catarinense Softplan que recebeu US$ 116 milhões da General Atlantic, e da fintech Canopy, que levantou US$ 100 milhões com a Cloud9 e Bessemer.
O relatório também chamou atenção para a participação de grandes bancos em rodadas de fintechs B2B. Por exemplo, Itaú e Bradesco participaram nos aportes em startups como Juvo e Zippi, focadas em crédito para PMEs.
“O capital corporativo manteve presença expressiva, participando de 10% do volume total e 9% das rodadas, com ticket médio de US$ 13,8 milhões, crescimento de +68% em relação ao mesmo período de 2024. Esse movimento reforça o papel das corporações como protagonistas da nova fase do venture capital, priorizando investimentos com potencial de integração e geração de valor para seus negócios”, afirma o presidente da ABCVC, Leo Monte, em nota sobre o levantamento.
Para o CEO e fundador da Sling Hub, João Ventura o reaquecimento do mercado de inovação é real, mas com um investimentos mais focados em soluções maduras e com eficiência comprovada.
“O número de rodadas cresceu 19%, e a mediana dos cheques subiu 71%, sugerindo um movimento seletivo e focado em soluções mais maduras. Enquanto isso, o cenário de M&As seguiu moderado, com fusões e aquisições voltadas à eficiência e à reestruturação”, avalia.