Rodada de investimento

SumUp capta € 285 mi em cenário adverso para fintechs de pagamento

Nova rodada com a Sixth Street Capital servirá para planos de expansão da companhia, assim como possíveis M&As

SumUP
SumUP. Crédito: divulgação

Mesmo sendo uma empresa com mais de 10 anos de mercado, a europeia SumUp não passou ilesa pela recente crise que muitas fintechs do setor de pagamentos enfrentaram nos últimos meses. Entretanto, para navegar neste cenário difícil, a companhia anunciou uma nova rodada de captação, levantando € 285 milhões.

Segundo reportou o TechCrunch, a nova rodada da SumUp foi descrita pela CFO Hermione McKee como “equity, em sua maioria”, e foi liderada pela Sixth Street Growth, com participação de investidores já existentes, como Bain Capital, Fin Capital e Liquidity Group. Conforme dados do PitchBook, com a nova rodada a SumUp já soma mais de US$ 1,5 bilhão em investimentos captados.

Hermione se recusou a revelar o valuation da fintech nessa rodada, embora tenha afirmado que é superior aos US$ 8,5 bilhões que ela alcançou em 2022, quando arrecadou € 590 milhões (metade em equity, metade em dívida). Aliás, o valuation de 2022 está bem longe da meta que a SumUp tinha traçado, que era de bater os US$ 21,5 bilhões em valor de mercado.

Com a rodada, um dos focos da companhia, que tem uma grande presença no continente europeu, mas também tem investido forte em mercados como o latino-americano (incluindo o Brasil), estará no crescimento inorgânico, aproveitando que diversas fintechs passam por apertos financeiros e também retomando uma estratégia que a companhia já tinha esboçado em 2021, quando comprou a startup de programas de fidelidade Fivestars.

Cenário adverso

Por falar em crescimento, segundo dados da própria companhia, parece que os negócios andam estacionados para a SumUp. A fintech afirma que sua base de usuários ativos está na marca de 4 milhões, o mesmo número que ela divulgou há dois anos.

Contudo, as dificuldades não são exclusividade da SumUp. Diversas empresas do setor de pagamentos, incluindo gigantes como Square e PayPal, tem visto seus valuations despencar desde o ano passado. Um exemplo recente foi o da Stripe, que viu seu valuation cair de US$ 95 bilhões para US$ 50 bilhões ao levantar uma rodada de US$ 6,5 bilhões com o GIC e Goldman Sachs.

Apesar dos pesares, para levantar a nova rodada, a companhia apostou no seu track record para mostrar estabilidade. “Por mais de uma década, a SumUp proporcionou consistentemente um crescimento sustentado e liderou com ousadia ao entrar em categorias de produtos e mercados inteiramente novos”, disse Nari Ansari, diretor da Sixth Street Growth, em comunicado.

Em relação a mercados novos, a SumUp anunciou recentemente planos para expandir no Brasil. Em entrevista ao site Finsiders, a companhia anunciou um recurso que permite integrar, via APIs, as maquininhas com qualquer sistema de gestão e frente de caixa. Em 2024, os planos incluem lançar um cartão de crédito e uma linha de microcrédito.

“Depois desses 10 anos, agora o objetivo é aumentar a maneira como servimos os clientes, com uma expansão lateral de produtos”, afirma Carlos Grieco, CEO da SumUp no Brasil, em conversa com o Finsiders.