Ian Oliveira (CEO) e Ariadne Alcântara (CTO), fundadores da Twiggy | Foto: Divulgação
Ian Oliveira (CEO) e Ariadne Alcântara (CTO), fundadores da Twiggy | Foto: Divulgação

A startup de IA para o varejo Twiggy levantou uma rodada Pré-Seed de R$3,5 milhões, com a participação da ACE Ventures, além do FUNSES (fundo soberano do Espírito Santo), Bossa Invest e WOW Aceleradora. Com os recursos, a empresa planeja expandir sua equipe comercial no Brasil e iniciar operações nos Estados Unidos, onde já atende quatro marcas.

Fundada em 2021 por Ian Oliveira (CEO) e Ariadne Alcântara (CTO), a Twiggy nasce como uma solução B2C de busca por roupas via foto, mas passa por um processo de pivotagem para o modelo B2B, oferecendo a tecnologia “Style ID” para marcas como Michael Kors e Shoulder, entre 44 clientes ativos.

O sistema identifica o estilo do usuário com base em comportamento de navegação e histórico de compras, aprimorando mecanismos de recomendação e busca semântica.

“O nome Twiggy é inspirado na modelo britânica Twiggy Lawson, um ícone de disrupção no mercado da moda. Queríamos provocar um setor que ainda adota tecnologia de forma tímida. Hoje, conseguimos entregar para as marcas uma camada real de personalização e eficiência comercial com IA”, explica Ian Oliveira, CEO da Twiggy.

A ACE Ventures destaca a característica AI-first da startup, com aplicação prática e resultados mensuráveis desde o início. O investimento foi realizado por meio da Trilha ACE AI 2025, uma jornada intensiva de seis semanas para startups early-stage que estão usando IA para transformar mercados. A iniciativa faz parte do Fundo FIP For Founders, veículo da gestora com R$ 20 milhões disponíveis até 2026 e que já conta com nove empresas investidas.

Segundo Pedro Carneiro, diretor de investimentos da ACE Ventures, a Twiggy combina o uso sofisticado de IA com um modelo de negócio validado, já em operação com grandes marcas.

“É o tipo de caso que mostra como a inteligência artificial está saindo dos laboratórios e se tornando infraestrutura crítica para negócios reais. A IA está mudando o playbook do venture capital. Fundadores conseguem entregar em meses o que antes levava anos. Nosso papel é identificar quem está usando essa tecnologia para gerar impacto real no mercado”, diz.

Além do aporte financeiro, a ACE tem apoiado a startup na estruturação de governança, contratações estratégicas e networking com fundadores e potenciais clientes. Carol Dallacorte, head de portfólio, reforça que o papel da gestora é ajudar o empreendedor a fazer a transição de founder para CEO.

“Isso significa apoiar em recrutamento, governança, decisões estratégicas de produto e também no uso responsável da IA. A diferença entre uma boa ideia e um grande negócio muitas vezes está nesse acompanhamento”, afirma.