A Wayra, hub de inovação aberta da Telefónica/Vivo no Brasil, teve um 2022 de crescimento e mudanças. Além de gerar cerca de R$ 74,2 milhões em negócios com a Vivo, no ano passado ela passou a gerir o Vivo Ventures, fundo de investimento em participações (FIP) que investe em startups em estágio de desenvolvimento mais avançado. Para 2023, o plano da companhia é intensificar a sinergia entre as duas frentes para potencializar investimentos.
Para a Managing Director da Wayra Brasil e Vivo Ventures, Gabriela Toribio (foto), a experiência com dois fundos distintos de investimentos em potencial se mostrou positiva ao longo de 2022, desenhando um caminho e um novo posicionamento para a gigante de telecom quando o assunto é CVC.
“Isso permitiu que a Wayra seja um funil de originação, avaliando as startups desde o início e mapeando as janelas de oportunidades para a escala do negócio e possíveis rodadas de aporte via o próprio Vivo Ventures”, revelou a executiva, em depoimento ao Startups.
Até estruturar o fundo, os investimentos da Vivo em startups eram feitos por meio da Wayra, que no Brasil investiu cerca de R$ 25 milhões em cerca de 80 empresas em uma década, focando essencialmente em coinvestimentos em estágios pré-seed e seed, oferecendo até 350 mil euros (cerca de R$ 2 milhões), além de visão de longo prazo, networking e contato com o mercado.
Entretanto, os cheques não chegavam a casa de dois dígitos, coisa que mudou com a criação da Vivo Ventures, dando poder de fogo para entrar em rodadas mais avançadas como as de série A.
Novas linhas de receita
Para 2023, a expectativa é seguir avaliando novas oportunidades. Os principais segmentos de interesse dos fundos são as healthtechs, fintechs, edtechs, marketplace, casa conectada, I.A, energia e entretenimento.
“Queremos gerar novas linhas de receitas, com novos produtos e aumentar a conversão em vendas. Outro ponto importante é que a Wayra e Vivo Ventures fomentem melhores práticas no ecossistema de CVC, mantendo-se relevantes e gerando impacto, com um bom portfólio cada uma”, destaca Gabriela.
Questionada sobre como está o pipeline de investimentos da Vivo Ventures para 2023, Gabriela pontua que o FIP está capitalizado, com até R$ 320 milhões disponíveis, mas não comentou se algum cheque deverá ser assinado em breve.
A primeira investida da Vivo Ventures foi a Klavi – o fundo colocou US$ 3 milhões (cerca de R$ 15 milhões) na rodada da companhia de Software as a Service (SaaS), que no total levantou US$ 15 milhões com Iporanga e Parallax.
A outra aportada foi a Klubi, fintech especializada em soluções de consórcios no país, que fechou uma rodada de R$ 30 milhões liderada pela Vivo Ventures. O cheque do veículo da operadora foi de R$ 10 milhões.