A startup Yuna, que usa inteligência artificial para criar histórias personalizadas para crianças, captou R$ 8 milhões em uma rodada pré-seed liderada pela Canary, com participação do fundo Positive Ventures e executivos sêniores de grandes empresas. A edtech, criada no fim do ano passado, lança nesta semana sua versão beta, que poderá ser utilizada de forma gratuita. O público-alvo são familiares e cuidadores de crianças de um a 12 anos.
Em entrevista exclusiva ao Startups, o fundador Louis Markham conta que os recursos serão investidos no time de profissionais que fazem parte da empresa. Entre eles, uma escritora que ajudará a criar as histórias. A Yuna faz uma combinação entre uma base de histórias escritas por escritores profissionais contratados e dados familiares fornecidos pelos usuários.
“A Yuna foi criada para estimular as crianças a ler mais. Ela combina a criatividade humana, com personalização para tornar a criança a protagonista. Os pais podem baixar a plataforma, inserir informações sobre a família, e dizer qual superpoder gostariam que a criança tivesse, por exemplo. Depois, escolhe algumas histórias e personaliza para tornar a experiência mais engajante”, explica.
Em quatro meses de versão alfa, a plataforma já contabiliza 35 mil downloads, 100 mil livros produzidos e uma avaliação média dos livros de 4,7 em 5, com 30 mil avaliações.
Fundador gringo
De origem inglesa, Louis morou nos Estados Unidos e veio ao Brasil para fazer um intercâmbio profissional, trabalhando na startup Loft. Depois de três meses, decidiu deixar seu emprego em Nova York para ficar no Brasil de vez. Por aqui há cinco anos, Louis escolheu o país para fundar sua primeira empresa por questões pessoais e profissionais.
“Eu queria fazer algo pelo qual eu fosse apaixonado, que era escrever histórias. E acho que o Brasil tem uma cultura muito rica em histórias, seja na literatura, na música, tem uma energia mágica sobre as histórias brasileiras”, diz.
Para o futuro, a ideia é que a Yuna, que tem como símbolo uma onça pintada, também faça adaptações de histórias tradicionais, tanto do folclore brasileiro, quanto contos mundialmente conhecidos, como Os Três Porquinhos, por exemplo. Segundo o fundador, a versão final estará disponível para todo o Brasil ainda este ano, e o objetivo é atingir o mercado internacional no ano que vem.
“Por enquanto, estamos em fase de testes. Quando estivermos confortáveis com o progresso, vamos começar a pensar num lançamento total, com versões pagas e gratuitas. No futuro, queremos fazer parcerias com escritores, ilustradores e editoras, para criar histórias sobre os nossos personagens. Além disso, pensamos em criar livros físicos, que os pais possam comprar para presentear os filhos”, planeja Louis.