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Rodrigo Baer e Marco Camhaji vão da SoftBank para a Upload Ventures

Rodrigo Baer e Marco Camhaji deixam a SoftBank para tocar a Upload Ventures, que nasce com 12 investidas e plano de aplicar US$ 100 mi ao ano

Logo da SoftBank Latin America Fund - Startups
SoftBank Latin America Fund

Não durou nem 1 ano a aventura da SoftBank pelo mundo das startups de early stage nem a passagem de Rodrigo Baer pela companhia de Masayoshi Son.

Em comunicado, a companhia confirmou informação revelada mais cedo pelo Pipeline, de que Baer está de saída da operação. Ele e Marco Camhaji, que haviam se juntado ao Latin America Fund em setembro, vão tocar a Upload Ventures – que na verdade deveria se chamar download ventures porque será um spin-off do que foi feito até agora. Foram 12 investimentos, incluindo Abstra, Arch, Birdie, BotCity, Digibee, D-Uma, Indaband, Medway, Neivor, Nilo, Salu e Worc. Também está se juntando à dupla Norberto Giangrande, fundador da corretora Rico. Toda equipe montada, com 12 pessoas, também foi “spinofada”.

Com a SoftBank como principal acionista, a Upload pretende investir US$ 100 milhões por ano, captando recursos com investidores na América Latina e também globalmente. Os cheques vão variar entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões, segundo o Brazil Journal. “Estamos orgulhosos em apoiar Rodrigo e Marco no lançamento da Upload Ventures e continuar identificando empreendedores talentosos na América Latina. E muito animados em ser o principal LP da nova instituição, mantendo nossa missão compartilhada de fazer crescer o vibrante ecossistema de venture capital na região”, disseram Paulo Passoni e Shu Nyatta, managing partners do SoftBank Latin Fund, em comunicado.

O Startups apurou que quando deixou a Redpoint em junho/21, Baer tinha planos de montar sua própria gestora, que ia captar um fundo de US$ 150 milhões. Mas o canto da sereia da SoftBank o convenceu a se juntar à estrutura do fundo regional, com planos de investir US$ 300 milhões em startups iniciais e garantir um fluxo de negócios para aportes mais polpudos no futuro.

No meio do caminho, no entanto, a SoftBank passou por alguns soluços. O mais notável, que impactou diretamente os rumos dos investimentos na América Latina, foi a saída do boliviano Marcelo Claure, muito próximo a Masa Son e defensor dos investimentos na região, por divergências em termos de remuneração.   

No fim do mês, Masa Son avisou aos seus executivos que eles devem desacelerar o ritmo de investimentos para fazer frente à acelerada queda no valor das ações do grupo. O movimento passa pela possibilidade de levantar capital externo e também vender ativos. Na semana passada, a companhia liquidou as posições que tinha no fundo de hedge SB Northstar, depois de perdas de quase US$ 7 bilhões em 2 anos.

Uma fonte com conhecimento das movimentações da SoftBank disse que a criação da Upload é uma adequação de posicionamento agora que o fundo latino passou a funcionar sob o guarda-chuva do Vision Fund. “A SoftBank é crescimento. Eles surfam muito melhor a onda ao dar autonomia ao Rodrigo e ao Marco, que são especialistas. E agora trazendo o Roberto também”, disse o executivo.