
Para organizar de forma clara o seu portóflio – dividindo operações voltadas ao setor publico e setor privado, a catarinense Softplan fez um redesenho interno. Para atender o setor privado, a companhia acabou de anunciar uma nova marca, a Starian. Com isso, a Softplan ficará focada nos contratos com setor público.
Em nota, o Grupo Softplan destacou que a Starian nasce como uma marca autônoma, que já começa com aproximadamente 54% do share da receita líquida do grupo. No ano passado, a Softplan passou dos R$ 800 milhões em receita, e para este ano a expectativa é alcançar o patamar de R$ 1 bilhão em faturamento, somando as duas marcas.
Cada operação contará com mais de 1,5 mil colaboradores, atendendo atualmente a mais de 16 mil clientes na Starian e mais de 700 clientes na Softplan.
Em conversa com o Startups, o CEO da Starian, Ionan Fernandes, destacou que a nova marca tem a meta de fechar 2025 já com R$ 530 milhões em receita e 20 mil clientes na carteira, baseado em soluções dedicadas à Indústria da Construção, com o Ecossistema Sienge, além da Inteligência Legal, liderada pelo Projuris, e soluções de produtividade e eficiência, como o Checklist Fácil e o Runrun.it.
A maioria dessas empresas foram aquisições da companhia nos últimos anos, em um esforço de ampliar o portfólio de serviços na área jurídica, atendendo a diferentes verticais.
Contudo, agora com o seu novo desenho estrutural, a Softplan vai se concentrar no setor público com soluções líderes em três segmentos estratégicos: Justiça, Processos Digitais e Administrativos, e Infraestrutura e Obras.
Para a Softplan, a projeção com a vertical pública é ultrapassar R$ 450 milhões, com CAGR de 13% e atendimento a mais de 800 instituições públicas ainda em 2025. Segundo o CEO da Softplan, Marcio Santana, a tese de crescimento é embasada em um modelo predominantemente orgânico, alavancado pela evolução do portfólio.
“Estamos consolidando a estrutura por segmentos e evoluindo o portfólio, com inteligência artificial e dados no centro. Além disso, o foco está em aumento de ganho de performance e crescimento de receita, especialmente nos municípios, com uma plataforma integrada de soluções, e uma estratégia de internacionalização”, pontua.
Explicando a divisão
Em comunicado, a companhia entrou em detalhes sobre como a divisão de operações fez sentido dentro da estratégia geral do grupo. “A criação da nova operação já vinha sendo discutida dentro do Grupo Softplan, diante da necessidade de separar as duas áreas — setores público e privado — devido às naturezas e demandas distintas de cada mercado”.
As operações para o setor privado são oferecidas como SaaS (Software as a Service), que exigem processos de venda ágeis, atendimento a milhares de clientes pela equipe de suporte, bases de clientes pulverizadas e um modelo de negócio escalável, com faturamento recorrente.
No setor público, o foco é em robustez e a previsibilidade, com níveis de serviço atrelados ao software e contratos de longo prazo, que exigem alto grau de personalização, ciclos de venda extensos e grande preocupação com compliance e atendimento a legislações específicas.
Ano de aceleração
A nova estratégia do Grupo Softplan vem no rastro de um movimento já antecipado pela empresa no fim do ano passado. Em setembro, a companhia captou R$ 250 milhões em uma operação de debêntures liderada pelo Bradesco BBI. Na epoca, em conversa com o Startups, a companhia revelou que a injeção de capital era o prenúncio de um novo “sprint” de crescimento – e possíveis novas aquisições.
“Em 2025, vamos focar na expansão de nossas soluções, além de dar continuidade ao fortalecimento das atuais. Seguiremos a nossa estratégia de crescimento inorgânico, estudando fortemente em aquisições que se conectem a nossa cultura e planejamento. Queremos reforçar pontos como a ampliação da nossa oferta de produtos integrados e explorar novas frentes que irão desde o suporte em cidades inteligentes, gestão pública digital e digitalização de processos no setor privado, por exemplo.”, destacou na época Eduardo Smith, CEO do grupo.
Em resposta ao Startups, o CEO da Starian destacou que futuras aquisições não são descartadas para o futuro, já que a tese da nova marca parte de ecossistemas completos de SaaS com alto grau de especialização, em frentes variadas.
“Isso nos dá um caminho claro para expansão via M&A, buscando complementariedade de portfólio e ganho de escala. Já fizemos movimentos importantes nos últimos anos e seguimos com essa estratégia ativa. Também estamos investindo em inteligência artificial como um dos pilares centrais da nossa operação”, finaliza Ionan.