Apesar das dificuldades trazidas por uma seca de investimentos – o chamado “inverno das startups”, o setor teve um 2023 positivo, tanto em faturamento quanto no surgimento de novas empresas de tecnologia. Pelo menos, isso é o que mostra um estudo divulgado durante o Startup Summit, realizado em Florianópolis nesta semana.
Segundo o levantamento, o setor de tecnologia no Brasil faturou R$ 754,9 bilhões em 2023, com um crescimento de 5,2% em relação ao ano anterior, e valor anual 23% maior se comparado a 2020. O levantamento faz parte do projeto Observatório ACATE, com dados coletados pela Neoway e informações extraídas de fontes públicas.
De acordo com o relatório, apesar do crescimento de receita no contexto geral, nem todos os estados terminaram com saldo positivo – estados como Goiás e Bahia viram retrações no faturamento em tecnologia, enquanto outros como Rio de Janeiro mexeram pouco o seu ponteiro em relação à receita de suas empresas.
Já os destaques em faturamento foram os estados do Ceará, Santa Catarina e Paraná, com altas de 7,8%, 7,6% e 5,5%, respectivamente.
Contudo, o que foi acentuado em praticamente todos os estados, segundo o estudo, foi o surgimento de novas empresas. No Top 10 dos estados, todos tiveram um crescimento acima de 10% no número de empresas de tecnologia.
Em nível nacional, o estado de São Paulo segue liderando com folga o ranking com mais empresas de tecnologia: são 223 mil (em 2022 eram 194 mil), com um faturamento que soma R$ 352,2 bilhões por ano. O Rio de Janeiro ocupa a segunda posição, com 54 mil empresas e faturamento de R$ 64,9 bilhões.
A ampliação do faturamento reflete também na participação da tecnologia no PIB dos estados. Amazonas, São Paulo e Santa Catarina lideram neste quesito, com São Paulo somando mais de 11% do PIB para o segmento. Já o Amazonas atingiu 15,4%, com forte influência da Zona Franca de Manaus. SC alcançou 7,5% do seu PIB vindo do faturamento dos negócios de tecnologia.
“Em 1986 existiam cerca de 100 empresas de tecnologia em Santa Catarina, e hoje os dados comprovam que Santa Catarina é o terceiro estado do Brasil com maior número de companhias em relação ao número de habitantes, atrás apenas de São Paulo e do Distrito Federal. O crescimento é exponencial e ampliar a representatividade no PIB é um dos grandes objetivos, visto que somos um estado de muita diversidade na economia com indústria, agronegócio e serviços fortes”, destaca o presidente da ACATE, Diego Ramos, em nota.