A SONDA Brasil, multinacional especializada em transformação digital na América Latina, está fortalecendo o seu relacionamento com startups da região por meio de parcerias que atendam a diferentes indústrias de seu ecossistema. O intuito é aproximar-se de empresas com soluções para as áreas de logística, recursos naturais, oil & gas, saúde, varejo, serviços financeiros e agronegócio, abrangendo necessidades locais e regionais de seus clientes.
Segundo Leonam Beretta, diretor de tecnologias disruptivas e alianças da SONDA Brasil, a companhia já utiliza startups em seus serviços há bastante tempo para casos específicos. No entanto, a grande mudança ocorreu há cerca de três anos, quando a companhia adotou uma estratégia mais estruturada para fortalecer seu relacionamento com essas empresas.
“As startups costumam ser mais ágeis para transformar uma ideia em realidade do que uma grande corporação. Criadas para solucionar dores específicas do mercado, elas trazem a inovação no DNA. Muitas vezes, se tentássemos desenvolver a mesma solução internamente, levaríamos muito mais tempo”, afirma Leonam.
Do outro lado, a SONDA Brasil oferece elementos essenciais para impulsionar startups apoiá-las em suas jornadas de crescimento. “Com 25 anos de atuação no país, temos uma forte presença no mercado. Muitas vezes, uma startup levaria muito mais tempo para alcançar tantos clientes, enquanto a SONDA dispõe de estrutura e suporte para acelerar esse processo”, acrescenta.
Oportunidades
O relacionamento com o ecossistema pode acontecer de diferentes formas. Uma delas é para solucionar desafios internos da própria SONDA Brasil. “Uma das áreas que estamos de olho é recrutamento e seleção, que pode ser aprimorada com soluções inovadoras”, diz Leonam. Nesse caso, as startups entram para proporcionar mais eficiência à operação da multinacional.
Outra possibilidade surge no desenvolvimento de novos negócios. “Estamos sempre atentos às dores do mercado que queremos resolver. No entanto, às vezes ainda não temos toda a expertise necessária. Buscamos startups que já tenham abordado essa questão, mesmo que em menor escala ou em outro setor, e adaptamos à nossa realidade”, explica. O objetivo é encontrar parceiros capazes de solucionar desafios relacionados aos negócios dos clientes da SONDA.
A corporação oferece suporte desde a prova de conceito até a operação final das soluções desenvolvidas pelas startups, garantindo a robustez necessária para a escalabilidade dos projetos. Startups em estágios iniciais geralmente são contratadas como fornecedoras, enquanto as de médio e grande porte atuam como parceiras, aproveitando o canal de vendas da SONDA Brasil para comercialização da solução aos clientes, sob um acordo de exclusividade.
Segundo Rafael Munhoz Cardoso, gerente de business development da SONDA Brasil, 90% das startups atendem a uma necessidade muito específica de um cliente. “Trabalhamos com startups de todos os tamanhos, e o grande diferencial é a dor que cada uma resolve. Na área de geração e desenvolvimento de negócios, cerca de 90% das startups atendem a uma necessidade muito específica de um cliente”, afirma Rafael Munhoz Cardoso, gerente de business development da SONDA Brasil.
Visão de futuro
A SONDA Brasil espera evoluir o relacionamento com startups nos próximos anos. “Vamos focar cada vez mais nisso, aprimorando nossa curadoria e gestão, buscando um equilíbrio financeiro e de oportunidades”, afirma Leonam Beretta. “Estamos qualificando nossa atuação para definir onde queremos colocar as startups. Antes, isso era feito mais por instinto; agora, buscamos uma abordagem mais intencional e assertiva. Não queremos apenas esperar que a oportunidade apareça, mas trabalhar ativamente para que ela aconteça”, acrescenta o executivo.
Questionado sobre a possibilidade de aportes ou M&As, Leonam afirma que ainda não é o momento. “Discutimos muito sobre isso no último ano. A empresa está se reestruturando e, por enquanto, as startups ainda são vistas apenas como parceiras. Nosso foco é construir em conjunto, e não adquirir uma participação ou assumir o controle”, explica.
O foco deste ano, segundo o executivo, é a inteligência artificial. “Estamos analisando possibilidades em diversas áreas e processos, de portas abertas para startups com essas soluções. Nosso objetivo é realmente fazer negócios com elas”, destaca Leonam.
“As startups não precisam fazer um voo solo; elas podem contar com a parceria de grandes empresas para impulsionar seus negócios. O objetivo não é impor engessar ninguém, mas manter a mente aberta para novos modelos que possam ser vantajosos para ambos os lados. A SONDA Brasil enxerga as startups com bons olhos, pois elas ajudam a empresa a alcançar lugares e desenvolver soluções que, de outra forma, não seria possível, afirma o executivo.