Quando Rafael Stark anunciou a série A da Stark Bank em dezembro/21, ele já tinha na manga uma outra novidade que ainda não podia compartilhar: a série B do banco digital. 4 meses depois, com documentos assinados e o dinheiro depositado, a captação se torna pública. São US$ 45 milhões com Ribbit Capital e Bezos Expeditions, o fundo de Jeff Bezos, da Amazon, liderando. É o 1º investimento do fundo pessoal do bilionário no Brasil, e o 1º aporte em uma fintech. Na América Latina, o fundo já tinha investido na chilena NotCo.
SEA Capital, além dos atuais investidores Lachy Groom e K5 Global. Fundadores do Airbnb, da Kavak e executivos da DST, Visa e Coinbase também participaram da rodada.
Stark Bank aspirante ao trono
O plano de Rafael é transformar o Stark Bank no banco único das médias e grandes empresas. Hoje são 300 clientes, uma lista que conta com nomes como QuintoAndar, Loft, Buser, Isaac, Bitso, Daki e Colgate. Além da conta digital, a fintech oferece serviços como pagamentos com Pix e o recém-lançado cartão de crédito com bandeira Mastercard que tem ferramentas para controle de gastos corporativos.
O olhar para empresas de maior porte é o que diferencia a fintech de nomes como Conta Simples, Cora e até da Omie depois da compra do banco digital Linker.
Em outubro/21, a Stark Bank bateu a casa do bilhão de reais transacionados por mês. Rafael não dá o número atual exato, mas diz que já são bilhões. Até o fim do ano, a meta é chegar a R$ 10 bilhões.
Use of proceeds
Com US$ 58 milhões em caixa (soma dos recursos das duas rodadas), a Stark Bank quer continuar os planos de ampliação de sua oferta de produtos, incluindo investimentos, linhas de crédito e adquirência, além de colocar no ar uma nova unidade de negócios, a Stark Infra.
Como o próprio nome já indica, a ideia é oferecer a infraestrutura de serviços financeiros para outras empresas, abrindo acesso às APIs que a própria companhia criou para uso interno. “Não estamos criando um modelo novo. Se já temos os produtos prontos, por que não abrir e trazer novas fontes de receita e ajudar outras empresas?”, diz Rafael. Com a operação, o fundador diz acreditar que até mesmo outras instituições financeiras poderão se tornar clientes da Stark Bank, ampliando o leque de atuação da fintech.
Além de participação no Pix, a Stark vai oferecer a opções de emissão de cartão com a marca da empresa (cartão como serviço, ou CaasS) e de Cédulas de Crédito Bancário (CCBs).
Desde 2020 a Stark Bank tem uma licença de Sociedade de Crédito Direto (SCD), que lhe permite operar com crédito. “Acho que fomos o 1º banco digital do mundo regulado na rodada seed”, brinca Rafael. A fintech não tem nenhum FIDC emitido ainda, mas estuda essa possibilidade. A ideia é usar os recursos do próprio caixa para as operações de crédito por enquanto.
De acordo com o fundador, as aquisições não fazem parte dos planos, assim como a expansão internacional. O foco está 100% no Brasil.
Winter is here
Como fez seu processo de captação antes do acirramento de toda tensão e preocupação com outra Guerra dos Tronos, Rafael diz que o cenário para a companhia foi tranquilo. Apesar de o inverno ter chegado, ele avalia que as perspectivas se mantém positivas. “Estamos crescendo de qualquer forma, independentemente de fatores externos que não podemos controlar”, diz.