Nascida em plena pandemia com o objetivo de ajudar os pequenos negócios locais, a Pigz, startup de Roraima, hoje compete de igual para igual com o iFood em Boa Vista. Com cinco anos de operação e breakeven desde o primeiro ano, a startup agora quer levantar uma rodada de investimento de cerca de R$ 7,5 milhões para levar seu modelo de plataforma de delivery por assinatura para outras capitais do país.
“A gente é uma startup com breakeven desde o ano um. Geramos caixa, temos recursos para investir. Por isso, nossa ideia de captação é com um parceiro estratégico, que mais do que alocar recursos, nos ajude a penetrar outras praças”, afirma Laercio Gentil, cofundador da Pigz ao lado de Leonardo Seefeld. Embora o marketplace esteja atualmente restrito à capital de Roraima, a empresa já fornece soluções de gestão para clientes em todos os estados brasileiros.
Ao contrário de outras plataformas de delivery, que cobram comissões dos restaurantes, a Pigz opera com um modelo de assinatura, que segundo os sócios varia em média de R$ 99 a R$ 499 por mês, dependendo dos serviços escolhidos.
Só em Boa Vista, são processados cerca de 60 mil pedidos por mês via marketplace. Segundo a startup, o modelo de assinatura fez com que os restaurantes da região economizassem cerca de R$ 9,27 milhões em comissões em 2024.
De acordo com Laercio, esse sistema ajuda na fidelização dos restaurantes, que deixam de desviar pedidos para sites próprios ou outras plataformas, por exemplo. “O fato de estarmos com as contas equilibradas mostra que o modelo é sustentável no curto e longo prazo”, diz.
Desde a sua fundação, a Pigz busca se consolidar como uma solução 360º para o pequeno empreendedor, integrando desde atendimento presencial (com comandas digitais, pagamento via QR Code e gestão de mesas) até delivery próprio, estoque, emissão de notas fiscais e análise de desempenho. Para isso, a startup conta com parcerias com a Stone, de maquininhas de cartão de crédito, e Orange Labs, braço de inovação criado pelos fundadores.
No ecossistema local, a Pigz reúne casos de sucesso como o do restaurante Meu Cantinho e da confeitaria Graci Bolos. “Antes não tínhamos sistema algum; hoje conseguimos gerenciar pedidos, entregas e pagamentos diretamente das mesas”, relata o proprietário Seu Ricarte. Já Mylana Carvalho, da Graci Bolos, afirma que o delivery saltou para 40% das vendas após adotar a Pigz.
O objetivo dos fundadores com o aporte é levar essa experiência para outras regiões do país em que os proprietários de restaurantes ainda são resistentes à ideia de estar em um aplicativo de delivery por conta das comissões. A chegada a outras capitais será feita por meio de licenciados e franqueados.
Além da mensalidade, outra diferença da Pigz para os grandes players do setor é na relação com os entregadores.
“Hoje, não temos uma gestão direta dos entregadores parceiros. Plugamos em outras plataformas, como Uber. Com a captação, também queremos estruturar um modelo de entregas diferente do que já fazem por aí. A ideia é fazer algo parecido com o que fazemos com os restaurantes”, aponta Laercio.