Parece que o inverno das startups está finalmente dando uma trégua. Com US$ 376,4 milhões obtidos em 54 rodadas, as startups brasileiras tiveram em outubro o melhor resultado em captação de recursos desde junho deste ano, segundo dados do Distrito.
O volume de investimentos aponta sinais de recuperação depois de o setor registrar em setembro o menor volume do ano: US$ 145,3 milhões. Mas apesar da melhora (sempre tem um porém), o resultado de outubro ficou bem abaixo do registrado no mesmo mês de 2021, quando as startups levantaram US$ 924,8 milhões em 80 rodadas.
Por outro lado, considerando os dez primeiros meses deste ano, os investimentos atingiram US$ 4,1 bilhões. O valor já supera o volume total investido em 2020, o que demonstra que não existe uma ruptura na oferta de capital para startups. Entre janeiro e outubro/22 foram 557 operações, comparado aos US$ 8 bilhões em 705 deals registrados no mesmo período do ano passado.
“As startups ainda estão enfrentando um cenário adverso por conta da menor liquidez no mercado, puxada pelo ciclo de alta de juros no mundo inteiro e o ajuste no valor de mercados das empresas de tecnologia. Mas os números de outubro mostram que o mercado de venture capital no país é resiliente e que os investidores continuam encontrando boas oportunidades,” explica Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito, em nota.
Destaques de outubro
De acordo com a plataforma de inovação, o destaque do mês ficou com as fintechs, que levantaram US$ 250,2 milhões em 18 rodadas. A Cerc, primeira registradora de recebíveis autorizada a operar pelo Banco Central, captou US$ 100 milhões em uma série C liderada pelo Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, e que contou ainda com recursos do Valor Capital. Outra fintech, o bureau de crédito Quod, levantou US$ 80 milhões junto à LexisNexis Risk Solutions, empresa de avaliação de risco.
Considerando as transações de M&A, em outubro, foram 10 fusões e aquisições, o que indica estabilidade em relação às 11 operações de setembro, e queda se comparado aos 30 M&As em outubro de 2021. A maior transação foi a compra de 75,1% da Isaac, que atua na gestão do fluxo financeiro de escolas, pela Arco Educação, dona dos sistemas de ensino COC, Ari de Sá e Dom Bosco, por US$ 150 milhões.