Dá pra fazer carreira em startup? Paulo Silveira (Alura), Lucas Fernandes (Caju), Tiago Barra (SproutFi) e Licínio Januário (Wolo TV) são a prova que sim. Os executivos compartilharam suas trajetórias e oportunidades em empresas de base tecnológica no painel do Startups Fever, evento promovido pelo Startups neste sábado (25).
“O mecanismo mais fácil de fazer é carreira é em startups”, diz Paulo, que cofundou a edtech de cursos de tecnologia e assumiu a diretoria em 2017. Ele explica que em empresas tradicionais o colaborador precisa esperar que alguém da liderança saia para ter chances de assumir uma nova posição. Já nas startups, a construção é mais fluída: cargos surgem, cadeiras se abrem e estruturas mudam.
Lucas, da Caju, concorda com essa visão. “Startup é aprendizado contínuo e dá muitas possibilidades de carreira. Já as empresas tradicionais têm cargos muito definidos”, pontua o executivo, que antes de entrar para o time da startup de benefícios flexíveis trabalhou na Johnson & Johnson.
Apesar das oportunidades, ele reconhece que nem todo mundo vai querer trabalhar em uma empresa com crescimento rápido e escalável. “Pode ser algo muito motivador, mas também desafiador. Pessoas que escolhem ir para o mundo das startups precisam deixar a vaidade de lado. Trabalhar em startup, se surpreender e ser surpreendido, e fazer carreira nesses negócios é para quem realmente está disposto a fazer isso”, argumenta.
No caso de Tiago, é importante lembrar que a adaptabilidade em uma startup tem que ser muito maior do que nas companhias tradicionais. “O desafio da startup é ter que fazer carreira e, ao mesmo tempo, fazer com que a empresa continue viva”, pontua o executivo. Em 2021, depois de deixar o Itaú e passar por empresas como Rappi e 99, o executivo entrou para o time da SproutFi, plataforma de investimento nos EUA criada pelos norte-americanos Ruben Guerrero e Tyler Richie.
Por fim, Licínio Januário reforça a importância de não desistir no meio do caminho. O Angolano tem como referência o pai, que depois da guerra no país começou a empreender para apoiar a reconstrução do paí. No Brasil, ele fundou a Wolo Tv como um serviço de streaming com conteúdo focado na população negra brasileira.
“A virada de chave para mim foi acompanhar um movimento global em que a cultura preta começa a dominar o mundo”, diz Licínio, citando como exemplo o filme “Pantera Negra”. “Quando percebemos uma mudança na cultura do entretenimento lá fora, vimos que era a hora de fazer isso também no Brasil”, pontua. No entanto, o executivo destaca a falta de apoio e de espaço para negócios feitos por e para pessoas negras.