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Startups Fever: Fundadores falam sobre o que buscam em colaboradores

Flexibilidade, propósito e capacidade de construção coletiva estão entre as principais competências que empresas querem em novos colaboradores

Startups Fever: Fundadores falam sobre o que buscam em colaboradores

Startups querem pessoas que buscam mais do que um emprego para pagar as contas. No último painel do Startups Fever neste sábado (25), fundadores falaram sobre o que procuram quando fazem suas contratações.

Moderado por Julia de Luca, tech manager no Itaú BBA, o painel teve a participação de Arthur Rufino, CEO da Octa, Fabio Saito, head de candidate financing e upskilling da Revelo, Julia Forlini, head de recursos humanos da Rentbrella e Claudia de Souza, head de pessoas da Sympla.

Comentando sobre o que seus clientes da HRtech buscam, Fabio, da Revelo, diz que startups buscam candidatos “polivalentes”. “Existem muitas oportunidades para crescer em startups, e ter este espírito e vontade de crescer, além de flexibilidade para acompanhar as mudanças na função, é muito importante”, pontua.

Arthur, da Octa, falou sobre a natureza única de sua empresa – que foca na circularidade de peças automotivas com o objetivo de erradicar o roubo de carros no país – e como isso ajuda a startup a estabelecer um entendimento comum se futuros colaboradores se sentirão suficientemente motivados.

Por outro lado, o empreendedor diz que também busca um propósito – e entender como a Octa pode agir como a plataforma para alcançar esse objetivo. “Não quero que pessoas deem o sangue na empresa, mas sim que construam junto conosco. Nos procurar só pela vaga não serve: a pessoa precisa estar construindo algo e ter clareza sobre isso’, pontua.

Segundo Julia, da Rentbrella, o propósito faz pare de um pacote de fatores que a startup observa quando faz contratações. Ao comentar sobre uma contratação de analista de expansão internacional, a empreendedora falou sobre a necessidade de capacidade de construção coletiva.

“Quando [os candidatos] me perguntam quais desafios eu antecipo para esta vaga, digo que não temos isso muito claro. A pessoa pode estar uma semana em Londres, outra em Paris ou em Amsterdam, buscando estas respostas para que possamos descobrir juntos”, aponta.

Vontade de aprender, brilho no olhar e disposição para o desenvolvimento é o que a empreendedora mais gosta de ver em entrevistas. “Não queremos alguém que chegue com o bolo pronto, queremos assar junto, combinado os ingredientes”, aponta.

“Ter a vontade e ambição para aprender e fazer coletivamente encanta muito mais do que alguém super sênior que tenha a fórmula pronta. A construção conjunta dá um resultado muito melhor”, acrescenta.

Cultura e recrutando na crise

Além de autonomia e protagonismo, Claudia, da Sympla, também citou algumas das competências que a startup de eventos busca. Segundo a executiva, a empresa quer que o candidato compartilhe suas ambições, desejos e sua identidade como um todo. “Poder ser você mesmo e demonstrar vulnerabilidade é o que encanta”, aponta.

“Queremos propósito, senso de dono e perfil aberto a oportunidades, que possa transitar de forma colaborativa entre outras atividades e áreas de negócio, e que esteja alinhado a nossa cultura”, acrescenta a executiva.

Sobre o ponto do alinhamento cultural, Arthur, da Octa, começou que faz esta parte, no último estágio do processo de recrutamento. Neste encontro com a pessoa que possivelmente se tornará colaboradora, o CEO conta sua própria história, erros e vulnerabilidades. “Dessa forma, você consegue o alinhamento por que as pessoas vão se soltando e trazendo sua própria verdade”, frisa.

Ao comentar sobre os desafios em atrair talentos em um cenário em que startups fazem demissões em massa, os painelistas concordaram que o atual momento não facilita as coisas. “[A correção do mercado] causa um pouco de aflição, pois é um momento em que queríamos trazer profissionais tradicionais para o mundo de startups. Se a pessoa vê startups demitindo, isso passa imagem que startups não se mostram ambientes estáveis”, pontua Arthur.

Claudia, da Sympla, trouxe uma visão mais otimista. “Encorajamos as pessoas a olharem startups como oportunidades de desenvolvimento de carreira, e que é possível fazer uma construção de carreira diferenciada em relação ao mercado tradicional. Vejo o momento como uma chance de atrair muita gente boa”, aponta.

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