A palavra-chave para sobreviver ao momento atual do mercado de venture capital é cautela. Pelo menos, é o que diz Marcelo Hoffmann, fundador do fundo ABSeed Ventures, e Carlos Pessoa, diretor da G2D Investimentos. Em painel durante o Startups Fever, evento realizado pelo Startups, Conta Simples e Startse neste sábado (25), os executivos avaliaram as oportunidades e os desafios do ecossistema.
Para Marcelo, a recomendação é simples: se o ambiente macroeconômico sugere um cenário de alguma dificuldade, as startups precisam olhar para dentro e encontrar alternativas factíveis para seu contexto. “O inverno de cada um é diferente, e as empresas precisam respeitar suas características”, pontua.
O executivo observa boas perspectivas para empresas de tecnologia de software as a service. “SaaS e softwares na nuvem têm uma orientação à redução dos custos, ganho de eficiência e geração de receita. Enquanto a tecnologia estiver trabalhando nesses pilares, parece menos provável que a febre [das startups] abaixe”, argumenta. Ele ressalta ainda mais oportunidades no contexto brasileiro, que ainda lida com problemas básicos de acesso à internet e digitalização como um todo.
Carlos, da G2D Investimentos, concorda que há oportunidades para investir e receber financiamento. “Os fundos que melhor performaram nos últimos anos foram os que tiveram sua carteira exposta no venture capital”, afirma. No entanto, ele destaca o desafio de educar os players do ecossistema em relação a como funciona o venture capital. “É uma classe de ativo de longo prazo e tem que ser encarada assim.”
A mensagem para os empreendedores é monitorar o mercado. Segundo Carlos, 2022 será um ano de menor volume de investimentos em relação a 2021. No entanto, o ecossistema segue em crescimento se comparado com 2020. “Tem mais dinheiro do que nunca para financiar, mas quem vai ganhar esse prêmio são as empresas com bons fundamentos e que estão performando”, conclui.