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Startups latinas captam 43% a menos, mas crescem em número de deals

Apesar da queda no volume, outubro teve o maior número de rodadas desde julho de 2021, segundo a Sling Hub

Finanças
Foto: Oleg Gamulinskiy/Pixabay

O volume de investimento captado pelas startups da América Latina recuou 43% em outubro, em relação ao mês anterior, somando US$ 920 milhões, segundo levantamento da Sling Hub. Apesar da queda, outubro teve o maior número de rodadas desde julho de 2021. Foram 111 deals no período, com média de US$ 12,2 milhões por cheque.

De acordo com o Latam Startup Activity Report, houve um recorde de rodadas de até US$ 5 milhões, com um aumento de 66% em comparação com o último mês. Ao mesmo tempo, desconsiderando as rodadas de debt, o volume captado em outubro representa um salto de 154% em relação ao mês anterior.

“Com os recentes ajustes no mercado, muitos analistas se perguntaram se a corrida de inovação estava perdendo relevância. Enquanto os resultados do ecossistema de startups da América Latina em 2022 tenham sido menos animadores do que em 2021, o cenário parece sólido o suficiente”, escreveu a Sling Hub no relatório. “Essas são indicações de que, embora startups em estágios mais avançados possam ter mais dificuldades, o apetite por inovação não caiu quando se trata de estágios iniciais.”

Melhora também no Brasil

O cenário do ecossistema brasileiro também melhorou este mês, com o Índice de Startup fechando em 347,1 pontos, 3º maior resultado de 2022 depois de maio e fevereiro. O Brasil segue sendo o líder da região, movimentando US$ 310 milhões e 73 das 111 rodadas de outubro. Bem atrás está o México, com 16 rounds, e a Colômbia, com 10. Os investidores mais ativos do continente foram a Bossanova, o Sebrae e a Timenow.

A rodada-destaque do mês é o seed de US$ 10 milhões da fintech mexicana Mattilda, liderado pelo fundo de private equity FinTech Collective. Menção honrosa também para a CERC, fintech brasileira que registra ativos financeiros como recebíveis. A startup levantou R$ 550 milhões em uma rodada liderada pelo Mubadala Capital, com participação da Valor Capital. A colombiana Foodology fecha a tríade do mês com uma série B de US$ 20 milhões, liderada por Andreessen Horowitz.

O Brasil também é líder de M&As, com 18 empresas adquiridas no último mês, que respondem por 72% do total de outubro. O último mês registrou 26 M&As, sendo 25 aquisições e 1 fusão – o que indica uma queda de 27% em relação ao ano passado, mas um crescimento de 61% comparado a setembro. As startups mais atraentes foram as fintechs (8) e deeptechs (3), seguidas das edtechs (2), proptechs (2), autotechs (1), beautytech (1), comunicações (1), design (1) e energia (1).

O Grupo Boticário anunciou a compra de 100% da Dr. Jones, marca de produtos de higiene e beleza masculina (barba, cabelo, pele e banho). Com o negócio, que não teve o valor revelado, a marca vai fortalecer ainda mais o seu portfólio destinado aos homens vaidosos. A Raízen comprou a carteira digital Payly, que pertencia à controladora Cosan, por R$ 78 milhões. E a Arco Educação investiu US$ 150 milhões por 75,1% do capital social da Isaac, startup de gestão de fluxo financeiro de escolas.