Pela 1ª vez em um ano, o mercado latino de startups não superou US$ 1 bilhão em investimentos captados mensalmente. Em março, as empresas da região levantaram US$ 934 milhões, distribuídos em 63 rodadas, segundo relatório da plataforma Sling Hub. O estudo considerou companhias do Brasil, México, Colômbia, Argentina, Chile, Peru e Uruguai.
O volume captado representa uma queda de 15% comparado com o mesmo período do ano passado. Esse é o pior desempenho registrado pelo ecossistema desde fevereiro de 2021, quando as startups latinas captaram US$ 533 milhões.
O impacto foi maior nas empresas brasileiras, que levantaram US$ 450 milhões no último mês, menor valor desde setembro de 2021. O volume indica queda de 52% em relação a março de 2021. Em termos de trimestre, as startups brasileiras receberam quase US$ 2 bilhões em investimentos de janeiro e março de 2021, aponta a Sling Hub. O total caiu 10% no mesmo período de 2022, para US$ 1.8 bilhões.
Não precisa desanimar
Apesar da retração, o resultado não compromete o desempenho do mercado latino, afirma a Sling Hub. Isso porque o ecossistema fechou o 1º trimestre com US$ 3.3 bilhões em investimentos – resultado 40% maior do que no mesmo período de 2021, de US$ 2.4 bilhões.
As fintechs seguem liderando o ecossistema latino. No último mês, elas captaram US$ 318 milhões, que representam 34% do total de investimentos na região. A maior rodada do mês foi da Jeeves, de gestão de gastos corporativos, que teve suas origens no México. A companhia inciou as operações no Brasil após uma série C de US$ 180 milhões, liderada pela Tencent.
Startups de tecnologia financeira levantaram quase US$ 1.5 bilhão no 1º trimestre de 2022, o que representa 44% dos investimentos destinados às startups latinas no período. Juntas, as brasileiras Neon (US$ 300 milhões) e Creditas (US$ 260 milhões) foram responsáveis por um terço deste valor.
Os recordes de março incluem a Stämm, startup argentina de biotecnologia que captou US$ 17.2 milhões em sua série A, e a Trebel Music, concorrente do Spotify em streaming de música. Com presença no México, Américas Central e do Sul e recentemente nos Estados Unidos e Indonésia, o app levantou uma série B de US$ 25 milhões liderada pela MCN Media.
Segundo a Sling Hub, a série C de US$ 100 milhões da Flash Benefícios empata com a Sólides no posto de maior rodada de HRTech da América Latina. O recorde de maior pré-seed da região foi batido pela Kamino, fintech brasileira que captou US$ 6,1 milhões em rodada liderada pela Inspired Capital Partners.