Negócios

Startups latino-americanas levantam US$ 4,6 bilhões em 2019, o dobro de 2018.

latam startups
Political map of south America with each country represented by its national flag.

Que 2019 foi movimentado em termos de investimentos em startups isso não é segredo para ninguém. Mas é sempre bom colocar as coisas em perspectiva.

Ao longo do ano, as companhias latino-americanas captaram US$ 4,6 bilhões para financiar o crescimento de suas operações, segundo a Lavca – Associação Latino-Americana de Private Equity e Venture Capital. O montante foi 133% maior que os US$ 1,98 bilhão de 2018 e representou o quarto ano consecutivo de recorde em termos de valores, sendo o terceiro em que a quantidade de recursos dobrou.

O número de rodadas caiu um pouco, de 463 para 440 e aconteceram 18 operações com valores superiores a US$ 50 milhões, sendo que 11 delas foram de mais de US$ 100 milhões – e advinha quem participou da maior parte delas? Sim, a SoftBank.

Também houve um aumento significativo na quantidade de recursos captados pelos fundos de investimento: US$ 1,08 bilhão, contra US$ 670 milhões um ano antes. Aqui também teve menos gente captando, foram 28 veículos, contra 30 em 2018.

Um dos destaques de 2019 foram os US$ 600 milhões que a KaszeK levantou para dois fundos novos – seu quarto, de US$ 375 milhões e seu primeiro voltado a follow ons, de US$ 225 milhões.

Os fundos que mais se destacaram em número de negócios, divididos por tamanho de cheques foram:

  • Seed stage: Canary, Y Combinator, Bossa Nova, 500 Startups, MAYA Capital, monashees e Global Fouders Captial (GFC)
  • Early Stage: KaszeK Ventures, Canary, Bossa Nova Investimentos, Crescera Investimentos, monashees, IGNIA, Redpoint eventures, QED Investors, DILA Capital
  • Growth: SoftBank, General Atlantic, KaszeK Ventures, Redpoint eventures, Riverwood Capital, Valor Capital

A Lavca registrou um aumento no número de co-investimentos feitos em 2019, com 30% dos negócios sendo feitos com mais de um fundo participando, o equivalente a 70% do dinheiro aplicado. Em 2017 e 2018, 20% das operações tinha mais de um fundo. Tirando o US$ 1 bilhão que a SoftBank colocou sozinha na Rappi, o percentual sobe para 90%.

Em 74 negócios – que somaram US$ 1,7 bilhão – houve a participação de pelo menos um fundo local e um fundo global.

Com a pandemia, a sequência de recordes terá uma pausa em 2020. Ainda é difícil estimar o tamanho desse impacto, mas, certamente não haverá um congelamento do mercado. As rodadas continuam acontecendo – com valuations ajustados, muitas vezes – porque as empresas precisam de recursos para continuar operando e também porque os fundos precisam alocar os recursos levantados com seus investidores.