A instalação de painéis solares tem sido uma alternativa cada vez mais procurada por consumidores residenciais e empresas para reduzir os custos da conta de luz. No entanto, a medida exige um investimento considerável e é limitada a quem possui espaço físico disponível para as placas – o que exclui quem mora em apartamentos, por exemplo.
Para tornar os benefícios da energia limpa mais acessíveis, a startup Electy lançou um marketplace que conecta geradores a consumidores, permitindo que qualquer um possa comprar energia do fornecedor de sua escolha.
Além de obter uma economia de até 30% na conta de luz, o consumidor que contrata a energia por meio da Electy tem a garantia de que a sua eletricidade vem de fontes 100% limpas, como solar, biomassa, biogás e pequenas hidrelétricas.
O Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com 83% da energia vindo de fontes renováveis. Os outros 17%, porém, vêm das termelétricas, movidas a gás natural, carvão ou diesel, e que emitem gases de efeito estufa.
Segundo Paula Misan Klajnberg, co-fundadora da Electy, a energia solar corresponde hoje a cerca de 85% das usinas disponíveis no marketplace.
“Nosso foco é nos clientes de baixa tensão. Somos um facilitador para que as pessoas consumam energia limpa. No nosso site, o cliente consegue ver quais os geradores disponíveis, de acordo com a sua região e perfil de consumo, por exemplo. Ele escolhe com base no critério que preferir, que normalmente é o que vai gastar menos, mas às vezes é descarbonização, às vezes é o nome da empresa. A ideia é dar abertura para que o consumidor escolha da onde vem a sua energia”, explica.
Após a contratação, o consumidor consegue economizar, em média, 15% na conta de luz. Esse percentual varia de acordo com a região do país. Em alguns locais, a economia pode chegar a 30% em comparação com as tarifas tradicionais.
Uma condição para contratação, porém, é que a usina esteja construída na rede da distribuidora do consumidor. Ou seja, se o cliente mora no Rio de Janeiro, ele só pode contratar energia de um gerador localizado na cidade. Por conta disso, consumidores da capital paulista não conseguem acessar o serviço, já que não há usinas disponíveis na região, apenas no interior de São Paulo.
Fundada em 2022 por Paula e seu sócio, Vicente Camillo, a Electy espera alcançar uma base de 50 mil a 70 mil clientes até o final de 2025. A energytech cresceu 10 vezes em 2024, segundo os empreendedores.
“Em 2021, criou-se a regulação que permitiu a abertura desse mercado. Nascemos em 2022 com a ideia de contribuir de alguma forma para o mundo. Levamos quatro meses para colocar a plataforma de pé e estamos em operação há 20 meses. Começamos em Minas Gerais e já estamos em 30 distribuidoras em todo o país”, conta Paula.
Por meio do marketplace, a Electy também ajuda a resolver um desafio dos geradores de energia, que era a comunicação com os consumidores de varejo.
“Até 2020, essas usinas só podiam vender energia para as distribuidoras e a indústria. Elas querem vender para o varejo, mas estão acostumados a falar com indústrias, é uma linguagem diferente. A gente vem para simplificar. A transição energética precisa do varejo para acontecer”, afirma.
Além do público B2C, a Electy também começou a atuar no segmento B2B2C, por meio de parcerias com grandes players como Ambev e Americanas, que têm adotado a plataforma para oferecer energia limpa e econômica a seus clientes e colaboradores, reforçando seu compromisso com práticas ESG.