Tocar uma startup não é fácil. Falo isso do alto da minha experiência de menos de um 1 ano no posto de empreendedor uma empresa. Mas já tendo passado por muita coisa nesse curto espaço de tempo.
E um dos pontos que mais pega é o fato de, por mais que você ache que sabe de uma coisa, vão ter outras dezenas que você não faz ideia do que fazer. Daí você olha para o seu caixa e vê que nem de longe dá para contratar alguém que sabe. O que fazer? Bom, você vai lá e faz. Depois vê no que dá.
E se desse para ter alguém sênior para ajudar a superar esse momento? O nome disso pode ser mentor, investidor-anjo, ou fundo de investimento. Mas o ponto é que, muitas vezes, essas figuras podem não oferecer toda a atenção que uma empresa demanda em um determinado momento.
Foi pensando nisso que Cristiane Mendes, cofundadora do Delivery Center e da Visor (comprada pela Accera) resolveu lançar uma plataforma para contratação de executivos como serviço, ou Chief as a Service (CaaS), como ela chama, a Chiefs.Group. A ideia é reunir executivos que tenham sido, ou sejam “chiefs” para, mais do que compartilhar conhecimentos, botar a mão na massa nas startups. “É primeiro o smart, depois o money. Com metodologia de trabalho para entender a dor da startup e seguir acompanhando. Não é o modelo de melhores esforços. Não é favor”, diz ela.
O grupo nasceu no começo de 2020 e já conta com 150 profissionais. A ideia é desenvolver projetos (que podem envolver mais de uma iniciativa) com duração de 6 meses – sendo 4 horas de dedicação por semana. Em troca dos serviços, a Chiefs.Group pega uma participação na startup. O percentual depende do valuation da companhia. “Não somos uma empresa de hunting. Vamos muito além do match entregando modelo de gestão e acompanhamento”, diz Cristiane. Da fatia combinada, 20% ficam com a Chiefs.Group e 80% vão para os executivos que atuaram na empresa. Atualmente são 15 empresas atendidas.
O grupo quer apoiar companhias que estejam em estágio de desenvolvimento entre um processo de aceleração e uma rodada de série A. Um espaço bem amplo. “O Brasil é muito complexo em termos de perfis e tamanhos das rodadas, por isso ser tão abrangente”, diz Cristiane.
Segundo ela, os investimentos serão feitos caso a caso neste primeiro momento, mas o plano é ter um veículo de investimento próprio quando o volume de aportes atingir um volume significativo.
O plano é que em 5 anos passem pelo programa 300 startups e que cerca de 60 recebam um aporte desse veículo próprio. “Mas esperamos que 200 delas tenham condições de receber investimentos do mercado”, diz Cristiane.
Segundo ela, a ideia da Chiefs.Group não é competir com outros grupos de investidores, mas colaborar.
Exemplo disso é o Startup Race, uma disputa de startups que a Chiefs.Group vai promover ao longo dos próximos 3 meses. Entre os apoiadores estão BR Angels e EA Angels – rede de investidores anjo da Escola de Administração da UFRGS. As inscrições vão até segunda-feira (31).
A ideia, segundo Cristiane, é ter 1 evento desses a cada semestre como forma de captação de novas startups. A entrada de novos nomes também será feito no modelo de fura-fila por indicação dos chiefs.