A Solfácil, fintech de dois anos que oferece crédito para projetos de energia solar, recebeu um aporte de R$ 21 milhões liderado pela gestora Valor Capital. Investidores de uma rodada anterior, de R$ 4 milhões, feita em 2018, também participaram.
Os recursos serão usados para expansão comercial e desenvolvimento de novos produtos e serviços – como a abertura de linhas de crédito para empresas, segmento em que a Solfácil ainda não atua (o foco hoje está no segmento residencial)
Desde que foi criada em 2018, a companhia já originou R$ 100 milhões em crédito. A expectativa é triplicar esse montante em 12 meses e chegar a R$ 10 bilhões em cinco anos.
A tese é que o mercado é anticíclico, já que é uma forma de economizar dinheiro em meio a períodos de incerteza. A economia na conta também seria capaz de pagar o custo do financiamento, fazendo a conta fechar.
Tá, mas e daí?
Sol + fintech parece uma combinação imbatível. Ainda mais em um país como o Brasil, que tem sol o ano inteiro, mas onde o acesso aos equipamentos necessários para adoção da energia solar são restritos por conta da renda da população e da dificuldade de financiamento.
A Valor Capital normalmente faz cheques entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões em companhias em fase de aceleração de crescimento. Com o dólar acima de R$ 5, o aporte na Solfácil se encaixa bem nessa tese. Mas chama a atenção o fato de o fundo ter entrado praticamente sozinho na rodada.
Isso pode ser um indicativo de que nem todo mundo tem a mesma crença em um futuro tão iluminado para a energia solar (e renováveis de forma geral, eu diria).