Lançada há cerca de 1 ano, a operadora Veek atingiu a marca de 15 mil clientes e já planeja voos mais altos. Nos próximos 6 meses, a companhia que multiplicar por quase 10 a sua base, chegando a 100 mil pessoas.
Para isso, ela conta com o sucesso de sua “nova novidade”, um plano de telefonia pré-pago que dá 2 gigabytes de internet por mês sem a necessidade de recargas ou assinatura. Se a franquia for excedida, é possível comprar pacotes adicionais. Para aderir, é preciso pagar R$ 15 (mais frete) para encomendar o chip no site da companhia.
A “mágica” do uso sem gastar é possível por conta do modelo de negócios da Veek. Quem paga a conta do usuário são os anunciantes. As propagandas são exibidas no processo que a companhia chama de check-in diário – uma entrada no aplicativo dela para assistir (até o final) um vídeo de uma marca.
O foco inicial da oferta são os clientes pré-pagos que têm saldo zero em seus telefones, um contingente estimado em 60 milhões de linhas, ou metade dos 120 milhões de pré-pagos habilitados no país. Mas a ambição é muito maior. “O objetivo é que ninguém pague mais uma conta de telefone. Telecom tem que ser gratuita pela quantidade de serviços usados em torno dela”, crava Alberto Blanco, fundador e CEO da Veek.
Para atingir a meta dos 100 mil – e depois 500 mil, 1 milhão de clientes – a operadora começa hoje uma campanha de marketing digital que vai incluir influenciadores e também terá ações no mundo offline. Também está no forno um programa de indicação que vai recompensar os clientes a cada novo conhecido que habilitar uma linha.
Segundo Alberto, a Veek tem potencial para operar no Brasil e também em outras regiões com clientes com sensibilidade a gastos como o restante da América Latina e países do continente africano.
Gênese
A Veek – nome que deriva da palavra viking – nasceu da vontade de Alberto de empreender e também voltar ao mundo das telecomunicações. “É um mercado gigante, que quando você vem com uma proposta diferente, a resposta é gigante”, diz o fundador, que participou da criação da operação móvel da Telemar, a Oi (R.I.P.).
Segundo ele, o projeto já consumiu R$ 20 milhões em investimento e a ideia é empatar as contas em 2023, quando a projeção de receita é de R$ 20 milhões. “Se você me perguntasse quanto eu achava que ia ser um ano atrás, eu ia dizer uns R$ 2 milhões. Nem sei de onde tirei tanto dinheiro, mas a gente arranja”, brinca. Além de capital próprio, a Veek recebeu investimento da Bossanova. O montante não é divulgado. Ela opera no modelo de operadora virtual (MVNO) contratando serviços da America Net em cima da rede da TIM.
Segundo Alberto, a proposta é investir muito em tecnologia e facilidade de uso do aplicativo para que o cliente consiga gerenciar seu relacionamento e resolver todos os seus problemas por meio dele. “Eu vejo as lojas físicas das operadoras em shoppings cheias de pessoas sentadas em cadeiras e penso: olha ali os meus futuros clientes”, brinca.
A operação da Veek tem atualmente 20 pessoas, sendo 12 de tecnologia e 8 de atendimento. “As pessoas me perguntam, e o resto? Não precisa de resto!”, diz Alberto.
Será?
O acesso gratuito a serviços de telecom por meio da exibição de publicidade não é nenhuma novidade no mercado. A Claro tem o plano Prezão Free. Mas o modelo nunca teve muita aceitação.
Na avaliação de Alberto, a demanda existe, o que faltou, até agora, foi empenho das operadoras para promover uma oferta que concorra com suas ofertas tradicionais.
Oferecer planos gratuitos não significa, no entanto, não ter receita com assinatura. Segundo Alberto, 20% da base atual assina algum plano.
Nos planos da companhia uma captação de recursos está no forno. A ideia é partir diretamente para uma série A, captando um “dinheiro maior”. “Não precisamos mais desenvolver o produto e já equilibramos [breakeven] o negócio em si. Agora é crescer”, diz.