A Ventiur, aceleradora com quase uma década de atuação no mercado de startups, quer reforçar a sua posição como um player nacional. Nascida no Rio Grande do Sul, a empresa iniciou recentemente operações em cinco novos estados – Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Tocantins e Amapá – depois de abrir no primeiro semestre do ano o seu escritório em São Paulo.
Com o movimento, o plano é mudar a cabeça daqueles que ainda enxergam a Ventiur como um player regional. “Desde que surgimos em 2013, buscamos um posicionamento nacional. Porém, por ter uma metodologia de atuação próxima às aceleradas, acabamos trabalhando mais com startups da região Sul até agora”, explica Sandro Cortezia, fundador e CEO da Ventiur.
Para dar fôlego à estratégia de expansão nacional, a aceleradora também reforçou o caixa. Para esta fase de ampliação, a Ventiur dispõe de aproximadamente R$ 30 milhões já captados de sua rede de investidores, e o plano é investir em negócios em busca de rodadas pré-seed de R$ 200 mil a R$ 1 milhão. “Temos a meta de investir em pelo menos 20 startups até o final do ano”, afirma Cortezia.
Além da presença física em outros estados, a expectativa é que o corpo de investidores conectados à rede da Ventiur também seja mais diversificado. “Hoje cerca de 60% dos nossos investidores são do Rio Grande do Sul, e queremos aumentar a porcentagem de outras regiões”, ressalta o CEO.
Aliás, por falar em nomes de peso fora do Rio Grande do Sul, no mês passado a empresa trouxe Kika Ricciardi, executiva conhecida do setor financeiro (ex-executiva de Citibank e Deutsche Bank) para o seu conselho. Ela foi o segundo membro independente do Conselho da Ventiur, juntamente com Moyses Simantob, da SV Partners. Os demais conselheiros são os sócio-investidores Carlos Klein (presidente), Djulion Kolberg (CEO da K3 Company), Marco Defferrari, Robinson Klein (CEO da Cigam) e Rodrigo Stefanini (CMO da Stefanini).
A presença nacional está em expansão, mas segundo Cortezia, alguns elementos regionais a Ventiur quer preservar. Segundo o executivo, o plano da aceleradora é incentivar negócios de ecossistemas fora dos grandes centros. Para isso, ela vem fechando parcerias com parques como o Biopark, em Toledo (PR) e o SuperaPark, em Ribeirão Preto (SP).
Parcerias e CVCs
Conforme aponta o sócio da Ventiur Leonardo Mezzomo, a estratégia de criação de veículos de investimento junto a entidades, parques tecnológicos e incubadoras seguirá como um dos principais modelos de atuação. A companhia nasceu no Tecnosinos, parque tecnológico da Unisinos em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre.
Com isso em mente, o plano da aceleradora é estar conectada aos ecossistemas regionais, que ainda merecem mais atenção dos investidores. “Piracicaba tem um ambiente forte em startups de agro, Barretos tem um ecossistema forte em soluções de saúde. Estamos olhando para estas oportunidades”, destaca Leonardo, que agora está baseado em São Paulo.
Em São Paulo, olhando para além da Faria Lima, a Ventiur firmou uma parceria com o Sebrae local para conectar startups aos fundos através de eventos, rodadas de negócios e mentorias. Segundo Leonardo, a expectativa é que mil startups sejam preparadas nos próximos dois anos.
A parceria com o Sebrae também renderá veículos em Alagoas, por meio do Programa de Aceleração Startup Nordeste, que deve beneficiar 200 startups. No Amapá, Tocantins e Maranhão, a Ventiur fará sua estreia no mercado acelerando 90 startups pelo programa Inova Amazônia.
Além de tudo isso, o CEO da Ventiur aponta outro foco da aceleradora: o dos Corporate Ventures. Só em 2022, a aceleradora anunciou dois fundos – um com o banco regional Sicredi e outro com o grupo gaúcho +A Educação, com foco em edtechs. “É um caminho que está se fortalecendo e deve continuar assim”, aponta Sandro Cortezia, revelando que novos anúncios devem ser feitos ainda este ano.