
Os fundos de venture capital (VC) fecharam 27 deals no terceiro trimestre deste ano, totalizando um investimento de R$ 2,1 bilhões. O volume representa uma alta de 23% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram investidos R$ 1,7 bilhão em 30 operações.
Esse foi o melhor trimestre de 2025, tanto em relação a número de rodadas, quanto em volume investido. No segundo trimestre, foram registrados 20 deals de venture capital, com R$ 1 bilhão em volume. E, no primeiro trimestre, 24 rodadas, com R$ 1,5 bilhão. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (04) pela ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital) em parceria com a TTR Data.
A maior rodada entre julho e setembro foi o aporte de R$ 350 milhões da General Atlantic e da Across Capital Partners na QI Tech, em uma extensão da Série B. Em seguida, vem a captação de R$ 147 milhões pela NG.CASH, em uma rodada Série B liderada pela NEA (New Enterprise Associates), com participação da 17Sigma, a16z, Daphni, Endeavor Catalyst, Monashees e Quantum Light. Ambas foram anunciadas em julho.
Em terceiro lugar está o investimento de R$ 100 milhões na ABC da Construção, realizado pela Dx Ventures, FIR Capital Partners, Redpoint Ventures e Spectra Investments.
Entre janeiro e setembro, os setores que mais receberam investimentos foram Tecnologia da Informação, com metade do valor (50,79%), seguido por de Serviços Financeiros (31,37%) e de Consumo, Produtos e Serviços (7,32%).
Os fundos realizaram 18 saídas no terceiro trimestre, sendo 14 via trade sale (venda para estratégicos) e quatro por secondary buyout (venda de fundo para outro fundo), totalizando R$ 2,88 bilhões.
Priscila Rodrigues, presidente da ABVCAP, afirma que o trimestre aponta para uma retomada do venture capital, apesar de o cenário macroeconômico doméstico seguir criando desafios. “Na baixa liquidez e com juros altos, o capital fica mais estratégico e também força os empreendedores a estarem cada vez mais preparados para captar. Boas teses sempre terão investidores interessados”, comenta.
Corporate venture capital
O movimento de retomada também chegou até o corporate venture capital (CVC), entre julho e setembro de 2025, realizou 18 deals, movimentando R$ 700 milhões – alta de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram investidos R$ 600 milhões em 17 transações.
O setor de TI recebeu 50% dos investimentos, enquanto as startups de Consumo, Produtos e Serviços, Serviços Financeiros e Healthcare ficaram com 17% cada.
As maiores operações de CVC no trimestre em valor de investimento foram o aporte de R$ 200 milhões na A5X — nova bolsa brasileira de derivativos e futuros — com participação da XTX Ventures; o investimento de R$ 118 milhões na UME — plataforma brasileira de crédito e pagamentos via Pix — que contou com a participação da PayPal Ventures e da Globo Ventures; e o deal de R$ 100 milhões na ABC da Construção, realizado pela DX Ventures.