Parece que tem realmente luz no fim do túnel. Em meio à queda no número e volume dos aportes no Brasil e no mundo, junho acabou sendo o segundo melhor mês do ano para as startups da América Latina. As empresas levantaram US$ 441 milhões em 84 rodadas, um valor que perde apenas para janeiro (US$ 740 milhões), segundo o mais recente relatório da plataforma Sling Hub.
É verdade que os números ainda estão bem abaixo dos patamares de 2021 e 2022. Mas já fica uma ponta de esperança por uma recuperação do ecossistema no próximo semestre. “Poderia ter sido melhor. Até o dia 15, a parcial do mês apontava para um saldo de US$ 401 milhões em 45 rodadas, dando esperanças de que junho viesse a ser o melhor mês do ano. Não foi, mas ficou uma sensação de recuperação do ecossistema”, afirma João Ventura, founder e CEO da Sling Hub.
Na comparação anual, o resultado de junho ainda foi de queda (51%). No entanto, na comparação mensal a região atraiu 68% mais recursos do que em maio. O estágio mais comum, sem muitas surpresas, foi o seed, com valor médio das rodadas em torno de US$ 7 milhões. A análise considera investimentos em rodadas de equity, recebimentos de fundo direto e debt.
A Colômbia liderou o funding em junho na América Latina com duas rodadas em proptechs que, sozinhas, responderam por 25% de todo o investimento na região no mês passado, da La Haus (US$ 62 milhões) e da Habi (US$ 50 milhões). O país somou US$ 168 milhões em investimentos no mês. Já o Brasil deixou o topo do ranking e ficou em segundo lugar, com US$ 143 milhões captados. A pesquisa revela que a participação brasileira no funding da região caiu d 46% em maio para 32% em junho.
Os setores que mais receberam investimentos na América Latina foram o de fintech (41%) e proptech (26%). Os outros segmentos não representam nem 10% do volume total captado. Por aqui, os três maiores rounds foram das fintechs Superlógica (US$ 30 milhões), VIPe (US$ 22 milhões) e Asaas (US$ 20 milhões).
O mercado de M&A se destacou pela atuação da Visa, que comprou a fintech Pismo por US$ 1 bilhão. A aquisição puxou os resultados de junho para cima: o US$ 1,01 bilhão transacionado é 10x maior do que o valor de maio. Ao todo, foram 19 M&As, sendo 17 aquisições e 2 fusões. Outro destaque vai para a RD Station, que comprou Exact Sales por R$ 51 milhões.