Rodada de investimentos

Agrolend capta R$ 300M na maior rodada para agtechs em 2024

Série C atraiu Creation Investments e Syngenta Group Ventures, além de Vivo VEntures, L4, Nochu Bank e mais investidores

Agronegócio
Agronegócio | Foto: Canva

A Agrolend, banco digital do agronegócio criada para oferecer crédito rápido, fácil e sem burocracia a pequenos e médios produtores rurais no Brasil, acaba de anunciar uma nova rodada de captação. A série C, no valor de R$ 300 milhões, foi liderada pelo fundo de private equity Creation Investments, sediado em Chicago, e pela Syngenta Group Ventures, braço de  corporate venture capital da Syngenta, uma das maiores empresas de tecnologia para o agronegócio do mundo.

A rodada da Agrolend é a maior captação em uma agtech brasileira em 2024. “O anúncio deste robusto Series C demonstra a confiança do mercado no nosso modelo de negócio e nos prepara para o  próximo estágio de crescimento”, afirma André Glezer, CEO e co-fundador da Agrolend, em nota. 

Segundo o executivo, a startup passará a atender grandes players do setor, nacionais e  multinacionais. “Estamos entusiasmados para ampliar nossa capacidade de financiamento do produtor rural justamente nesse momento  particularmente desafiador de crédito no setor”, pontua.

Além do Creation Investments e da Syngenta Group Ventures, a série C atraiu novos investidores para a Agrolend, como o Vivo Ventures, corporate venture capital da Vivo, e a L4, braço independente de venture capital da B3. O gigante banco do agronegócio japonês Norinchukin Bank (Nochu Bank) também participou da rodada, abrindo portas para a Agrolend acessar o mercado de capitais do Japão. Investidores institucionais que já faziam parte da empresa, como Valor Capital, Lightrock, Yara Growth Ventures, Provence Capital, SP Ventures e Barn Invest, também participaram do aporte.

A captação ocorre pouco mais de um ano após a Agrolend receber autorização do Banco Central (BC) para se tornar uma financeira, ou Sociedade de Crédito Financiamento e Investimento (SCFI), seu nome técnico. Mais recentemente, a startup emitiu seu primeiro rating público com a agência de classificação de risco Moody’s, alcançando a nota “BBB+”, o que classifica a empresa como grau de investimento em menos de quatro anos desde sua fundação, em dezembro de 2020.

Fundada pelos empreendedores Andre Glezer (CEO), Alan Glezer (CFO),  Valéria Bonadio (CCO), Leopoldo Vettor (CTO) e Carlos Fagundes (CSO), a Agrolend tem como foco  apoiar os milhões de produtores rurais brasileiros em sua busca pela liderança na produção mundial  de alimentos. A plataforma se compromete a oferecer crédito fácil, rápido e sem burocracia para a compra de  insumos agrícolas, como sementes, defensivos e fertilizantes.

Com a série C, a Agrolend acumula quase US$ 100 milhões captados em três anos, ampliando sua base de capital para mais de R$ 500 milhões. Segundo comunicado da empresa, a robustez de seu balanço permitirá expandir a oferta de crédito para indústrias, revendas e cooperativas parceiras, sem elevar o índice de alavancagem. Essa estratégia está alinhada ao histórico de crescimento da Agrolend, que se destaca por manter um perfil de baixo risco.

“A alavancagem  será mantida num patamar confortável, conservando um nível de basileia superior a 20%”, diz Alan Glezer, CFO e co-fundador da Agrolend.  Segundo ele, o objetivo é expandir a carteira de crédito para R$ 3 bilhões, servindo aproximadamente  10 mil produtores rurais de pequeno e médio porte em todo Brasil.

A Agrolend financia seus empréstimos por meio da emissão de LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), que são distribuídas nas principais plataformas de investimentos do país, como XP, Itaú, BTG, Ágora, Nu Invest, entre outras. Segundo a startup, esses depósitos atraem investidores de varejo por suas características vantajosas, como isenção de imposto de renda para pessoas físicas e a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) de até R$ 250 mil por investidor. Atualmente, a Agrolend conta com mais de 12 mil depositantes.