Venture capital

Com investidores de peso, Fundo GovTech da KPTL aperta o passo

Com cotistas como BNDES e Positivo, fundo anunciou duas novas investidas e quer começar 2024 em "fogo alto"

Govtech
Govtech. Crédito: Canva

Lançado no começo de 2023, o Fundo GovTech lançado pela KPTL em conjunto com a Cedro Capital teve uma atuação discreta durante o ano – até essa semana, pelo menos. Em uma única tacada, o fundo anunciou duas novas rodadas, e se prepara para acelerar o ritmo de investimentos em 2024.

“Estamos encerrando esse período inicial do fundo, começando a transição para outro momento”, explica Adriano Pitoli, head do Fundo GovTech na KPTL. Com o novo momento, chegam novas rodadas. As duas mais recentes tiveram como investidas a Prosas, que recebeu um aporte de R$ 4 milhões, e a Colab, cuja rodada não teve o valor divulgado, mas segundo a KPTL, teve um aporte de valor entre o seed e série A, dentro da faixa de R$ 3 milhões a R$ 7 milhões que está na tese do fundo.

Com as duas rodadas, o fundo deve encerrar o ano com três aportes, e a partir de 2024, nas palavras do próprio Adriano, colocará o pipeline de investidas “em fogo alto”. “Nosso plano é anunciar mais dois investimentos no primeiro trimestre e outros dois no segundo trimestre”, adianta o executivo, em papo exclusivo com o Startups.

Falando das mais recentes investidas, a mineira Prosas tem se destacado no mercado com uma plataforma que conecta projetos de impacto social e cultural a investidores da iniciativa pública ou privada, apoiando nos processos de captação de recursos, seleção e prestação de contas de mais 1,5 mil editais desde a sua fundação em 2015. Segundo a startup, o investimento será fundamental para garantir a melhoria na infraestrutura da plataforma.

Já a Colab é responsável por uma solução criadora de ferramentas, que se integra com qualquer plataforma do governo, permitindo que prefeituras, governos de estado e órgãos federais ofereçam seus próprios serviços públicos digitalizados on-demand. Com mais de 20 milhões de pessoas impactadas no Brasil e mais de 1 milhão de usuários, agora o plano é usar o aporte para levar a plataforma para um novo patamar.

“Em 10 anos, aprendemos com milhares de gestores públicos e nos maiores e melhores fóruns de discussão de tecnologias para governo do mundo quais são suas maiores dores e como a tecnologia pode apoiá-los. Mais do que isso, ouvimos milhões de cidadãos comuns, suas necessidades e o que esperam de um governo para impactar positivamente suas vidas. E aí chegamos nesse ‘Novo Colab’ que estamos apresentando ao mercado”, conta Gustavo Maia, fundador e CEO do Colab, em nota.

Destravando oportunidades

De acordo com Adriano Pitoli, um fundo como o GovTech passa por diligências e questões que outros fundos não costumam ter – segundo ele, diversos cotistas lidam com restrições de exposição com seus investimentos. “Essa é a razão fundamental para a cadência que a gente fez até agora”, explica.

Adriano Pitoli, head do fundo GovTech da KPTL
Adriano Pitoli, head do fundo GovTech da KPTL (Foto: Divulgação)

Entretanto, as coisas estão para mudar. Em outubro, o fundo foi aprovado em uma chamada pública do BNDES e deverá receber no começo de 2024 uma injeção de R$ 50 milhões, o que segundo Adriano deverá colocar o GovTech mais próximo de sua meta de R$ 200 milhões disponíveis para investimento.

Outro nome de peso entre os cotistas é a Positivo Tecnologia, uma das investidoras iniciais do veículo, que está adicionando R$ 10 milhões em cima dos R$ 7 milhões que tinha aportado no começo do fundo. “São investidores estratégicos que nos ajudam a destravar oportunidades que esbarravam em restrições dos primeiros cotistas”, explica Adriano.

“Nunca foi uma restrição de pipe. Durante este tempo ficamos administrando, colocando oportunidades em fogo brando, enquanto buscávamos novos cotistas. Porém, antes mesmo destes recursos entrarem, já começaremos o ano com maior disponibilidade de investimento”, completa.

Para a Positivo Tecnologia, aumentar a aposta no Fundo GovTech faz parte de uma estratégia mais abrangente de atender o mercado de tecnologia para governo, uma área que corresponde a um terço do faturamento da companhia.

“Ao entrar em um fundo como o GovTech, nos posicionamos não apenas para gerar negócios para a Positivo, mas como agentes de fomento como um todo, o que também nos beneficia”, explica Graciete Lima, Diretora de Corporate Venture da Positivo. “Se queremos ser um agente fomentador do ecossistema de tecnologia e de negócios, não temos que fazer isso sozinhos, e isso fazemos virando LP de iniciativas como a da KPTL”, completa.