A Slat Ventures, gestora de corporate venture capital fundada pelo ex-EmbraerX Sandro Valeri, acaba de lançar a Slat Catalyst, sua nova divisão de negócios focada na gestão de micro VCs. Anunciada com exclusividade ao Startups, a Catalyst está preparada para gerir fundos de capital comprometido de até R$ 20 milhões para investimentos pré-seed e seed.
Segundo Sandro, a motivação para criar a divisão veio de uma demanda do mercado, principalmente de players com fundos menores do que os das grandes corporações, mas que também buscavam maior segurança dos investimentos. “Começamos a ser procurados por aceleradoras e grupos de investidores-anjos que utilizavam modelos muito inseguros do ponto de vista jurídico, como o SCP. Então, decidimos criar uma estrutura enxuta que oferecesse para este público a mesma segurança que temos na Slat Ventures”, afirma.
A Catalyst vai atuar em parceria com incubadoras, aceleradoras, grupos de anjos e até pequenas empresas, utilizando preferencialmente estruturas GP/LP de Delaware, nos Estados Unidos. “Oferecemos segurança jurídica e de gestão de ativos, além de acompanhamento do desenvolvimento da startup”, afirma Sandro. Sem spoilers, o executivo revela já estar trabalhando com dois micro VCs, a serem anunciados nos próximos meses.
Com Slat Catalyst e Slat Ventures, a gestora passa a atender fundos do pré-seed à série D. Ao invés de atuar com uma única estrutura, a gestora optou por criar o novo braço de negócio por reconhecer que há diferenças entre os modelos e abordagens em cada estágio. “O contrato para um pré-seed e seed não tem nada a ver com um de série A, B, C ou D. O custo é diferente, assim como a forma de avaliar e tomar decisões. São expertises diferentes”, explica Sandro.
Para o fundador da Slat Ventures, a divisão de micro VCs resolve uma das grandes dores das corporações com seus fundos: a dificuldade de originação e de bons deals. Além disso, consolida a visão de inovação do da gestora, que visa oferecer gestão com padrões de excelência, segurança e compliance semelhantes aos grandes fundos, além de foco em investidas diferenciadas do mercado.
Como começou
A Slat Ventures foi lançada oficialmente no início deste ano, quando Sandro anunciou sua saída da Ahead Ventures para criar a própria empreitada. Inspirada na norte-americana Benchmark, a gestora atua no modelo de equal partnership, no qual todos os sócios têm a mesma participação para acompanhar o dia a dia da empresa e dos empreendedores.
“Nossa tese é inovação, trabalhar com clientes e cotistas que querem inovar de verdade”, afirma Sandro. Além dos dois micro VCs, a gestora já conta com dois fundos de corporate venture capital (também a serem anunciados), e planeja encerrar este ciclo de fundraising quando atingir quatro fundos em cada divisão.
Atualmente, a Slat tem presença física em diferentes cidades do Brasil e no Vale do Silício, com parcerias-chave nos ecossistemas da Região Amazônica, Europa, Colômbia, Cingapura e Israel, além de parceiros de negócio como Tozzini & Freire e Solu. No exterior, a gestora tem o fundo Slat Next (ex-Constellation), ainda em captação, criado para “tropicalizar tecnologias que estão 3 a 5 anos à frente do Brasil”, segundo Sandro.