A Networkme, startup portuguesa criada com a missão de preencher a lacuna entre estudantes do ensino superior e o mercado de trabalho, acaba de chegar ao Brasil. A expansão é apoiada por um aporte de € 700 mil (cerca de R$ 3,5 milhões), feito pelos fundos Bankinter, Big Sur Ventures, Valutia, Verve Capital e Schilling.
Lançada pelo brasileiro Felipe Vieira (CEO) e o português Marcelo Manteigas (CTO), a plataforma apoia empresas, jovens e universidades ao gerar conexões com base no fit cultural, desenvolvimento comportamental e soft skills. Para isso, ela disponibiliza ferramentas que auxiliam os candidatos na construção de competências essenciais e os prepara tanto para a realidade profissional quanto para a tomada de decisões sobre carreira e futuro.
Desde a sua fundação, em 2020, a startup já ajudou mais de 50 mil estudantes europeus a conseguir o primeiro emprego, entre os 100 mil cadastrados na plataforma. O negócio começou a operar no país-natal e, em 2023, desembarcou na Espanha. Agora, a expectativa é chegar a 100 mil estudantes brasileiros cadastrados no primeiro ano de operação no país e empregar 1 milhão de jovens até 2030.
“Somos uma plataforma que impulsiona a carreira e a contratação jovem, com o objetivo de preencher o gap entre a educação e o mundo corporativo. Nosso modelo B2B permite que a gente una esses dois mundos de forma gratuita para o estudante, democratizando o acesso ao mercado de trabalho para o público universitário de diferentes classes sociais”, afirma Felipe Vieira, em conversa com o Startups.
Como diferenciais da Networkme, o executivo destaca o simulador de carreira. “Ninguém compra um carro sem antes fazer um test drive. Então por qual motivo as pessoas escolhem uma empresa ou uma profissão sem saber como isso funcionará na prática?”, questiona o CEO. “A proposta do simulador é criar atividades em conjunto com as empresas para que os usuários tenham acesso a uma série de conteúdos e desafios que mostrem para o jovem o que determinada profissão faz e como isso é aplicado na organização”, explica.
A ideia é a de que a plataforma acompanhe a jornada do estudante desde o início dos estudos. A plataforma conta com tecnologias de inteligência artificial para recomendar os conteúdos mais adequados para cada perfil de estudante. Além disso, proporciona orientação de carreira, identificação de talentos, personalização de oportunidades e conexões em diferentes esferas, priorizando o fit comportamental e cultural entre empresa e novos profissionais.
Impacto no Brasil
Com os recursos da rodada, a prioridade da Networkme é iniciar as operações no Brasil. “Em termos de tecnologia, nossa plataforma já está bem desenvolvida e validada. Então, o mais importante agora é usar o dinheiro captado para estruturar o negócio no país, investir em marketing e também em vendas”, explica Felipe.
O executivo destaca que o mercado brasileiro é 17 vezes maior do que Portugal e Espanha somados, com a capacidade de formar mais de 1 milhão de jovens universitários por ano. “As empresas não conseguem estar em todas as universidades. Falta um suporte, uma ferramenta para que consigam chegar a todos esses estudantes de maneira escalável e enxergar os talentos por meio de dados”, avalia.
Luciano Cacace, head da Networkme no Brasil, acrescenta que, além da oportunidade de mercado, a expansão da startup está ligada ao seu propósito e compromisso de gerar impacto positivo na sociedade. “Cansei de ver milhares de jovens extremamente talentosos que não conseguiram chegar ao mercado de trabalho. Precisamos mudar esse cenário e deixar de ser excludentes”, pontua.
A startup chega ao Brasil com um escritório no hub Learning Village, da HSM em parceria com a Singularity University Brazil. Inicialmente, a atuação será focada em São Paulo e na região Sudeste, com o objetivo de expandir em breve para todo o país, com um olhar especial para o Norte e o Nordeste.