A Viralize, startup catarinense que ajuda pequenas empresas a produzirem conteúdo para as redes sociais, levantou uma rodada de R$ 1,3 milhão com a Investidores.vc, rede de investimento-anjo de Amure Pinho. Ao todo, 36 investidores entraram na captação.
Em sua 1ª rodada, a companhia que nasceu em 2018 como um teste e passou a atuar com CNPJ próprio a partir de 2020, foi avaliada em mais de R$ 10 milhões e traçou objetivos de crescimento ousados: “Queremos ser a maior plataforma de conteúdo para pequenas empresas do mundo”, diz Alan Malon, fundador da companhia.
Dentro dessa perspectiva, Alan já enxerga a possibilidade de expansão para os EUA, mas também para mercados alternativos, como a Índia, onde a competição e as barreiras de entrada tendem a ser menores. Para colocar esse plano em prática, a Viralize está participando dos programas de aceleração da Latitud e também foi selecionada para o Hero Program, da Draper University, de Tim Draper, um dos primeiros investidores da Tesla. “Na próxima rodada queremos fazer com fundos internacionais”, diz Alan.
Use of proceeds
Mas voltando ao momento atual, de acordo com Alan, o plano é usar pelo menos metade dos recursos da rodada para deixar o produto mais competitivo em nível mundial e também para testar novos canais de aquisição de clientes. Hoje, isso é feito exclusivamente por meio de anúncios no Facebook, canal que tem se tornado bastante caro nos últimos tempos. Segundo Alan, alguns testes já foram feitos com redução de até 80% no custo de aquisição.
Entrando no jogo de verdade depois dos testes feitos até agora, a promessa da Viralize para os investidores é crescer 5 vezes em um prazo de 18 meses. “Mas acho que dá para fazer em menos tempo”, brinca Alan. Em conversa com o Startups em dezembro/21, o fundador contou que a companhia registrou receita de R$ 1,5 milhão no ano.
Ao longo dos próximos 12 meses a equipe da companhia deve passar das atuais 25 pessoas para cerca de 40.
Como funciona
A Viralize é uma mistura de Rock Content com Canva. Ela oferece produção do conteúdo e também a plataforma para criação das peças que serão usadas nas campanhas das empresas nas redes sociais. Atualmente ela atende negócios em apenas 4 áreas: advocacia, contabilidade, fitness e construção civil. Mas há mais de 100 outros segmentos mapeados para atuação. “Os pequenos negócios muitas vezes criam uma página no Instagram mesmo antes de ter um CNPJ, mas não geram conteúdo por falta de tempo ou de condições para contratar alguém para isso. Se a gente ajuda essas empresas a crescerem e reduzirem sua taxa de mortalidade, a gente ajuda o mercado inteiro e temos menor perda de clientes também”, explica Alan.
O conceito da empresa é oferecer conteúdo com apenas 1 clique. O cliente acessa a plataforma, escolhe o assunto e área de atuação e seleciona uma das publicações. No caso da advocacia, encontra, por exemplo, conteúdos de direito previdenciário, trabalhista, consumidor, tributário, civil e penal. Depois, é só fazer o download, copiar a legenda e publicar diretamente no seu perfil.
As postagens não são exclusivas – são disponibilizadas em um banco de posts para todos os clientes, mas personalizadas com a cor, logotipo e informação de contato de cada marca. Além das imagens, a equipe de designers e redatores deixa as hashtags e legendas mais atrativas prontas para o uso.
São 3 opções de planos anuais com pagamento mensal, cada com um com uma quantidade de postagens que podem ser feitas por mês. Os valores são R$ 54,99 para 12 posts, R$ 79,91 para 20 posts e R$ 119, 92 para 30 posts. O plano mais caro também dá direito a um serviço de suporte premium.
Construção da rodada
A relação com Amure começou há cerca de 3 anos, quando ele era presidente da Abstartups. De lá pra cá, Alan ficou consistentemente – ou insistentemente? – buscando orientação e mandando atualizações para ele. Uma delas foi uma reviravolta na empresa no começo de 2021, com mudanças no captable e a demissão de metade da equipe (que na época tinha umas 15 pessoas).
Na avaliação de Amure, isso mostrou quem Alan tem “coração de fundador”, de fazer os ajustes na operação quando e na medida do necessário. Isso se somou, obviamente, a uma avaliação de que o negócio tem boas perspectivas de crescimento. “A dor da produção de conteúdo é global. Existem várias formas de resolver isso, como o Canva, que é uma ferramenta libertadora, mas que não resolve tudo”, avalia Amure.
Com o aporte na Viralize, a Investidores.vc – que está com uma rodada de captação para si própria aberta, e tem planos de virar uma gestora – chega a uma carteira de 26 investimentos ativos.