2021 foi um ano de recordes em investimentos para as edtechs. Segundo dados do Crunchbase, foram mais de US$ 15 bilhões em aportes para as startups de ensino no ano passado. Agora corta para 2022, e o cenário não poderia estar mais longe dos bons tempos de doze ou dez meses atrás. Segundo o mesmo Crunchbase, até agora este ano as edtechs captaram “apenas” US$ 5,4 bilhões em investimentos.
Contudo, apesar dos valores estarem bem abaixo do que se esperava para a metade do ano, em termos de números de aportes, a queda não foi tão severa. Em 2021, o mercado global de edtechs recebeu 1068 rodadas, segundo as contas da plataforma. Até a metade de 2022, o número de aportes está em 488.
O que isso quer dizer? Bem, segundo analistas de mercado, isso tem menos a ver com uma descrença dos investidores no segmento das edtechs do que um reflexo da atual correção do mercado, em que gestores de VC estão baixando valuations e sendo mais cautelosos na hora de assinar os cheques. No mercado aberto isso também está sendo sentido, com empresas como Coursera perdendo cerca de 70% de seu valor na bolsa.
De certa forma, os fundos seguem capitalizados e com vontade de investir nas edtechs, ainda mais no pós-pandemia, em que modelos online de ensino estão em alta. A Owl Ventures, um dos maiores do mundo quando se fala em edtechs, começou o ano fechando US$ 1 bilhão em recursos para investimentos, de seed a growth stage.
Apesar do cenário geral ter caído, cheques grandes ainda estão sendo assinados. Um exemplo é o da suíça GoStudent, que em janeiro levantou US$ 300 milhões em sua série D, e inclusive fechou em agosto 1 ano de operação no Brasil, com números de crescimento. Em entrevista ao Startups recentemente, a companhia anotou no segundo trimestre de 2022 um crescimento de três vezes em relação aos seus primeiros meses no país.
Outro movimento recente no mercado brasileiro foi da Alura, um dos principais nomes do ensino profissionalizante no meio digital. A edtech resolveu saltar do virtual para o presencial com a compra da FIAP, instituição de ensino que é a principal referência na formação de profissionais na área de tecnologia no país. A aquisição acontece 1 ano depois de a Alura ter comprado a edtech PM3, especializada na formação de product managers.