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wehandle levanta R$ 36M para modernizar gestão de terceirizados

Recursos captados na rodada Seed serão usados para intensificar go to market no Brasil e dar início às operações no Chile

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Rodrigo Faustini, CEO e cofundador da wehandle | Foto: Divulgação
Rodrigo Faustini, CEO e cofundador da wehandle | Foto: Divulgação

A startup wehandle acaba de captar R$ 36 milhões em uma nova rodada de investimento destinada a modernizar um dos principais gargalos das grandes corporações: a contratação de prestadores de serviços terceirizados. Liderada pela Canary e com participação de ONEVC, Valutia, Blustone e Quartzo, a rodada representa o segundo aporte recebido pela empresa, que já atende clientes de peso como Globo, Unilever, Klabin, DHL e Coca-Cola, além de outras companhias nacionais e multinacionais.

Fundada em 2020, a wehandle levantou seu primeiro aporte em 2021 com os investidores Leandro Caldeira e Samir Zetun, executivos da Wellhub hoje sediados em Nova York.

“O primeiro cheque nos ajudou a garantir que a empresa tivesse Product-Market Fit (PMF). Mas, desde o início, sabíamos que gostaríamos de estar com as grandes gestoras ou as gestoras certas. Essa rodada vem com uma potência gigante de nos ajudar a fazer go to market, para sairmos do crescimento orgânico e nos tornarmos, de fato, a infraestrutura de gestão de terceiros no Brasil – e, no futuro, da América Latina”, afirma Rodrigo Faustini, CEO e cofundador da wehandle, em entrevista ao Startups.

Neste ano, a wehandle começa a operar no Chile, país que servirá como uma espécie de piloto para testar o mercado latino americano. Segundo Rodrigo, porém, as dimensões do território brasileiro fazem com que, num primeiro momento, a expansão por aqui ainda seja uma prioridade.

Com tecnologia proprietária apoiada por inteligência artificial, a empresa automatiza todo o processo de gestão de terceirizados, desde a homologação de fornecedores ao acompanhamento contínuo de documentos e da gestão de riscos regulatórios.

“Toda empresa toma serviço em alguma medida. E, quanto mais serviços toma, mais riscos corre, seja do ponto de vista de compliance, questões trabalhistas ou até mesmo imagem. As empresas vêm se mobilizando para não trazer esses riscos para a corporação, fazem due diligente dos fornecedores, monitoram se estão pagando o FGTS dos trabalhadores, por exemplo. Mas isso demanda um staff inteiro ou contratar consultorias, o que custa muito caro. Entendemos que poderíamos tornar esse processo muito mais ágil, usando tecnologias como IA e machine learning”, explica Rodrigo.

De acordo com o CEO, uma análise que, feita da forma convencional, costuma levar cerca de 60 dias para ser concluída, com a wehandle é entregue em até 48 horas. “Muitos clientes em três horas já têm acesso à análise”, destaca o fundador.

Os dados analisados pela plataforma vêm de documentos do próprio fornecedor, além de informações públicas, como processos judiciais, certidões do Ibama, certidões negativas de débito, entre outros documentos.

“Muitos dos nossos clientes são regulados e existe uma cobrança grande sobre a cadeia de fornecimento, que inclui questões ambientais, sociais e de governança. Um trabalho de due diligente mal feito tem impacto e responsabilidade muito grandes. Nosso objetivo é entregar não apenas mais agilidade, como mais assertividade também”, acrescenta Rodrigo.