A Wiser Educação, holding de escolas de idiomas criada pelos empresários Flávio Augusto da Silva e Carlos Wizard, fechou acordo para a compra da edtech Conquer. A aquisição, que não teve seu valor revelado, faz parte de uma estratégia maior. Em 3 anos, a companhia pretende investir R$ 1 bilhão na incorporação de novas edtechs à sua plataforma. Mais de 40 empresas já estão na mira da holding.
Com 8 unidades físicas e plataforma online, a Conquer também atua com aulas e treinamentos em mais de 300 empresas e startups, e desde a sua fundação em 2016 já atendeu mais de 1 milhão de alunos em 80 países.
“A Conquer trabalha um conceito no qual a gente acredita, e que é disruptivo, de querer resolver problemas reais do mercado”, comenta Flávio Augusto. “Além disso, também levamos em conta a qualidade dos empreendedores, que, no nosso formato de aquisição, se tornarão sócios da Wiser. Durante a pandemia eles demonstraram uma grande capacidade de ‘pivotar’ o negócio”. São eles: Hendel Favarin, Josef Rubin e Sidnei Junior, fundadores da edtech.
Na foto: Josef Rubin (à esq), Hendel Favarin e Sidnei Junior, fundadores da Conquer. Crédito: Rafael Dabul
A Wiser Educação reúne as marcas Wise Up Online, Wise Up, Number One, meuSucesso.com, Power House e Buzz. Em outubro passado, a companhia anunciou planos de abrir capital no 1º trimestre de 2021, o que não se concretizou. Quem sabe o plano de aquisições dê uma forcinha para o IPO da empresa rolar ainda este ano. Ela seria a 1ª escola de idiomas a ser listada na Bolsa.
Com a mudança de posicionamento na pandemia, a Wiser saltou de 65 mil alunos (em 180 cidades) para mais de 300 mil, em 4 mil cidades de 85 países. Para dar suporte à expansão, o número de funcionários de seu núcleo de gestão aumentou de 189 para mais de 800, além dos 10 mil indiretos que fazem parte de seus canais físicos.
Alvo da CPI da Covid
O bilionário Carlos Wizard Martins entrou para o negócio fundado por Flávio Augusto em 2017, adquirindo 35% da Wise Up por R$ 200 milhões. Dois anos depois, a Wiser Educação vendeu uma fatia do negócio ao fundo de private equity Kinea Investimentos, do Itaú, também por R$ 200 milhões.
Próximo do governo, ele chegou a ser nomeado para assumir como secretário de saúde, mas deixou o posto poucos dias depois. O empresário é defensor do chamado “tratamento precoce” contra a doença, e tornou-se suspeito de ser um dos organizadores de um “gabinete das sombras” que funcionava paralelamente ao Ministério da Saúde para promover tratamentos sem eficácia comprovada.
Ele foi convocado para depor na CPI da pandemia, mas faltou por estar nos EUA. Ele já tinha um habeas corpus concedido pelo STF que lhe permitia ficar em silêncio. Em razão da ausência, ele pode ser alvo de condução coercitiva e ter seu passaporte retido assim que chegar ao Brasil por pedido do presidente da Comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM). E a defesa do empresário já se manifestou sobre o assunto, pedindo que isso não seja feito.