A Zenvia realizou nesta quinta (10) uma onda de demissões em diversas equipes da Movidesk, empresa de soluções de helpdesk que a companhia adquiriu no final do ano passado. Cerca de 118 pessoas foram dispensadas, com cortes em quase todas as áreas da Movidesk, segundo apontaram fontes ligadas à empresa.
A onda de dispensas começou a se manifestar ao longo do dia no LinkedIn, apontando demissões em áreas variadas como RH, financeiro e controladoria. Segundo destacaram algumas das pessoas demitidas em seus perfis, o corte era de certa forma esperado, já que a integração com a Zenvia gerou redundâncias e não teria lugar para todos. De acordo com as fontes, as demissões foram feitas por videoconferência.
Uma lista parcial com nomes afetados pelos layoffs já está circulando. Ela conta apenas com 19 nomes, dizendo respeito aos cortes na Movidesk. Perguntada sobre os cortes, a Zenvia confirmou o número de 118 pessoas demitidas, mas não deu detalhes sobre quantas demissões foram na Movidesk ou se funcionários da própria Zenvia também foram dispensados nesta reestruturação.
Em nota enviada ao Startups, o CEO da Zenvia, Cassio Bobsin, comentou sobre os desligamentos, pontuando que eles representam 9% do quadro de funcionários total. Segundo a empresa, a redução está em linha com o atual cenário de crise econômica global, aceleração das integrações de aquisições, combinado com ações de corte de custos, dado o foco da companhia em preservar caixa e gerar EBITDA.
“Enfrentamos muitos obstáculos ao longo deste ano que, em função do cenário econômico global, se intensificaram nos últimos meses. Diversas ações foram realizadas a fim de evitar ao máximo as movimentações que acontecem hoje em nosso quadro de colaboradores. Contudo, após muitas análises e discussões, concluímos que o desligamento de alguns humanz (nome dado para os colaboradores) seria inevitável para a sustentação financeira da companhia”, disse Bobsin em nota.
Ao falar sobre os cortes, o executivo salientou que os funcionários tiveram acesso a um pacote de transição, com extensão do plano de saúde por três meses, assessoria para recolocação profissional e um programa de indicações para oportunidades em outras empresas.
“As escolhas foram muito difíceis, mas buscamos encontrar o equilíbrio financeiro necessário para seguirmos em frente, crescendo e realizando nosso propósito”, finalizou o CEO.
O ajuste representa uma mudança de tom em relação à animação da empresa em julho do ano passado, quando abriu seu capital e levantou US$ 200 milhões na Nasdaq, com planos de um crescimento agressivo e mais aquisições no roadmap. Contudo, o desempenho da empresa na bolsa desde então não foi dos melhores. Nos primeiros meses do IPO, os papéis da Zenvia chegaram a US$ 18, mas desde então despencaram para a casa dos US$ 1,70.