Quem nunca usou o ChatGPT para escrever um e-mail ou ajudar a elaborar uma proposta? Ou pediu para um assistente como Gemini ou Copilot resumir um relatório? O uso de inteligência artificial generativa nas empresas já é um hábito institucionalizado. No entanto, a falta de segurança ainda pode ser um problema, especialmente quando o funcionário coloca informações sensíveis da corporação para o chat analisar.
Foi pensando nesses desafios que a multinacional indiana Zoho Corporation decidiu lançar sua própria linha de agentes autônomos, chamados de Zia Agents. Eles são uma evolução da Zia, IA central da empresa, lançada em 2015, que automatiza tarefas e aprimora a experiência do usuário em todo o ecossistema Zoho, que conta com soluções de CRM, marketing, suporte ao cliente, RH, entre outras.
Segundo Ricardo Moraes, diretor de suporte e satisfação da Zoho no Brasil, a ideia é fazer o lançamento da solução de forma gradual em todo o mundo, ainda este ano. O início do serviço no Brasil acontecerá ao mesmo tempo que nos Estados Unidos.
“Hoje, as grandes empresas usam muitos modelos de GenAI, como o ChatGPT e o Copilot. Mas um problema é que são modelos de terceiros, cujos ambientes não são controlados pela empresa. Então se o funcionário joga um e-mail ali e pede que o chat gera a resposta, isso pode gerar uma série de problemas. Nossos modelos vão estar dentro da infraestrutura da Zoho, o que gera mais segurança. Além disso, há diferenciais. Por exemplo, a empresa pode dar instruções de coisas que o agente pode ou não falar, como termos racistas ou homofóbicos”, explica o executivo.
Outra aposta da Zoho para se diferenciar da concorrência de gigantes da IA é a capacidade de execução desses agentes. Por exemplo, dependendo da instrução, o agente pode elaborar uma proposta e, dependendo da resposta, enviá-la por e-mail para o cliente.
Para clientes e desenvolvedores que desejam criar seus próprios agentes personalizados, a Zoho também está lançando o Zia Agent Studio, que permite o desenvolvimento de agentes de IA de forma simplificada, sem a necessidade de conhecimento avançado em programação. A ferramenta oferece opções low-code e no-code, possibilitando a criação de agentes para funções específicas dentro de uma organização. Esses agentes podem operar em um setor específico ou atuar de maneira transversal, unificando processos e otimizando fluxos de trabalho.
Depois da criação desses agentes personalizados, cada empresa poderá disponibilizá-los em um marketplace, vendendo a sua solução para outras empresas.
“A partir do momento em que a empresa pode adaptar um agente para trabalhar da melhor forma, ela disponibilizar esse agente já configurado, abrindo espaço para que pequenos agentes sejam criados e popularizados em larga escala”, afirma Ricardo.