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O aplicativo de entrega de comida 99Food, da 99, fez uma mudança importante na sua operação. A companhia anunciou o fim de seu serviço de entrega por meio de profissionais parceiros, deixando a responsabilidade do frete para os restaurantes. Desde que começou a operar, no fim de 2019, o aplicativo oferecia duas opções. Restaurantes podiam escolher se usavam sua própria estrutura de entregas, tendo no aplicativo apenas a ponte com clientes. Eles também podiam deixar as entregas a cargo da rede oferecida pelo 99Food – pagando por isso, obviamente.

Em nota divulgada esta semana, a companhia declarou que o encerramento deste serviço acontecerá no dia 28 de fevereiro. Para dar tempo dos restaurantes se adequarem à nova realidade, a companhia está comunicando os restaurantes e entregadores de sua rede sobre a data da mudança.

“No dia 28/02, a 99Food irá encerrar a operação de intermediação de entregas com entregadores parceiros (modelo fullservice), e portanto, a entrega será de responsabilidade do próprio estabelecimento”, destacou a 99Food em comunicado.

Na visão da própria companhia, esta mudança já era algo previsto na estratégia do negócio, mudando de uma plataforma de entregas e apoio logístico para um foco mais concentrado no marketplace, sem o serviço de entrega.

O fullservice é uma comodidade oferecida pelos aplicativos aos restaurantes, mas é uma atividade que tem um custo mais pesado para as plataformas, perdendo dinheiro. Por isso, dentro de um cenário de busca por rentabilidade, o fim da modalidade parece fazer sentido.

O 99Food chegou ao mercado com uma estratégia de “comer pelas beiradas”, ganhando força em cidades menores, para despois entrar em grandes capitais, onde iFood e Rappi já têm presença. Resta saber se a mais nova manobra vai surtir efeitos positivos para a companhia, que conseguiu ficar na frente do Rappi, mas está muito atrás do iFood no market share dos apps de delivery de restaurantes no país. Segundo dados do Statista, o 99Food tem 2% do mercado, enquanto o Rappi tem 1% e o iFood domina com 76%. Detalhe: o iFood tem um sistema de logística própria via entregadores parceiros.

O quase monopólio do iFood no mercado nacional vem causando polêmicas e efeitos sensíveis no mercado nacional de apps de entrega. Um dos mais marcantes foi a saída do Uber Eats do Brasil no começo ano passado, mantendo apenas o suporte a entregas de compras de supermercado, pelo app Cornershop.

Os apps menores também sofreram com essa situação. Em agosto do ano passado, o Apptite, serviço que conectava consumidores de food delivery a chefs independentes cozinhando em casa, fechou suas portas. A empresa focava no apoio aos chefs que desejavam listar seus pratos em diferentes plataformas (iFood, Rappi, Uber Eats e 99Food), porém a tese não parou em pé. “Por que continuar apostando em multicanal se o iFood concentra tudo?”, disparou o CEO da Apptite, Guilherme Parente, em entrevista ao Startups na época.

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