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A volta dos que não foram: Sequoia Capital vê oportunidades na América Latina – mas não quer fazer muitos investimentos

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Quase uma década depois de fazer sua 1ª aposta na América Latina com o Nubank, a lendária gestora de Sequoia Capital anunciou publicamente que vê oportunidades na região.

“Nossa missão na Sequoia é ajudar os audazes a construírem companhias lendárias. Agora, mais do que nunca, vemos essa oportunidade na América Latina”,

Escreveram os sócios Sonya Huang e Doug Leone no perfil dela no Médium ontem (com versão em português).

“Nós na Sequoia tivemos o privilégio de apoiar o ecossistema do Vale do Silício em seus momentos iniciais. Agora vemos essa oportunidade em LATAM, e estamos empolgados em nutrir a região que está começando a pegar fogo”.

O texto subiu 3 meses depois de a Andreessen Horowitz ter feito uma postagem destacando o crescimento das fintechs na região (material que foi publicado em inglês, espanhol e português) e no momento em que fundos de grande porte começam, ou voltam a olhar com mais atenção para o que está acontecendo abaixo da linha do Equador. Na lista estão nomes como o D1, que liderou a rodada mais recente da Loft e a Tiger Global, que tinha se assustado um pouco com o episódio do Peixe Urbano, mas agora está toda toda por aqui de novo.

Para onde vai o dinheiro?

De acordo com os sócios da Sequoia, as oportunidades que eles enxergam estão em basicamente 4 segmentos: serviços financeiros, serviços para consumidores (comida, mercado, conveniência, compras, entregas imóveis, jogos), saúde e educação. Ou seja, sem grandes novidades, né?

A ideia também não é sair correndo desesperado atrás de negócios, nem fazer um grande número de investimentos por aqui não.

“O modelo da Sequoia é de investir em um pequeno número de empresas audazes que sonham grande, para que possamos colocar nosso apoio total em empresas nas quais fazemos parte do conselho. Mas mesmo que nós não tenhamos pressa em fazer investimentos, estamos olhando para a oportunidade na América Latina com entusiasmo e otimismo renovado, das rodadas seed ao IPO e além”, escreveram os sócios.

A Sequoia não pretende abrir um escritório na América Latina por enquanto, mas pretende visitar a região uma vez por mês ou a cada dois meses para encontrar com empreendedores em eventos organizados por ela.

Relação antiga

Além do Nubank, a Sequoia só fez mais um investimento na América Latina: o colombiano Rappi. Ela entrou na companhia em 2016 e vem participando das rodadas subsequentes.

Isso não quer dizer que ela não estava atenta ao que estava acontecendo por aqui. O contato tem acontecido por meio de coinvestidores como a própria a16z (que hoje tem em seu portfólio nomes como Loft e Rappi) a Kaszek e a brasileira Base Partners. Em meados de 2019, aliás, Michael Moritz, um ex-jornalista e um  dos chefões da Sequoia, esteve em São Paulo em um evento da gestora de Fernando Spnola.

A Sequoia tinha ensaiado uma incursão na América Latina no começo da década passada pelas mãos do colombiano David Vélez, então um aluno do de MBA de Stanford. No LinkedIn, Brian Requarth, fundador da VivaReal, publicou o print de uma mensagem que recebeu de David no distante ano de 2011.

As análises preliminares, no entanto, apontaram que não havia massa crítica para dar o retorno esperado aos investidores e o plano de atuar de forma mais forte por aqui não foi adiante.

“A maioria dos fundadores não estava pensando grande. Eles estavam importando ideias de ” o X para LATAM” dos EUA sem solucionar problemas locais reais. Não havia talento técnico local suficiente para suporte a criação de empresas. E não haviam histórias de sucessos suficientes para galvanizar fundadores e engenheiros”.

Mas a Sequoia acabou fazendo um investimento no David e em sua louca ideia de enfrentar os grandes bancos brasileiros. A aposta se pagou já que 8 anos depois o Nubank vale US$ 30 bilhões e está em vias de fazer um IPO com valuation na casa dos US$ 40 bilhões (ou mais).

É Mr. Leone, agora é a hora de “show me the money”!

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