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Na virada de 1999 para 2000, o temido “bug do milênio” aterrorizou o mundo por conta de uma possível falha nos sistemas de computação que causaria uma pane geral em sistemas e serviços. Corta para 2024, com uma interrupção cibernética afetando o mundo nesta sexta-feira (19). Uma falha na atualização de software da Falcon, ferramenta da empresa norte-americana de segurança cibernética CrowdStrike, é apontada como a causa do problema.

Empresas no mundo todo, incluindo companhias aéreas, bancos, varejistas, corretoras, empresas de mídia e redes ferroviárias, estão relatando a conhecida “tela azul da morte” do Windows em seus computadores. Segundo reporta o TechCrunch, o setor de viagens parece ser um dos mais atingidos, com base em conversas online.

Um dos clientes impactados pela falha foi a Microsoft, que teve todos os seus serviços interrompidos. Isso porque seu serviço na nuvem Azure usa a ferramenta Falcon da CrowdStrike, a qual serve para detectar possíveis invasões hackers. Os problemas da Microsoft começaram logo no início desta manhã – alguns serviços voltam a funcionar aos poucos, enquanto apps corporativos ainda sofrem interrupções.

“Estamos cientes de um problema que afeta os dispositivos Windows devido a uma atualização de uma plataforma de software de terceiros. Prevemos que uma solução será apresentada em breve”, disse um porta-voz da Microsoft ao TechCrunch em um comunicado.

O CEO da CrowdStrike, George Kurtz, confirmou em um post no X que um “defeito” em uma atualização do software para o sistema operacional Windows causou a interrupção, descartando um ataque cibernético. Ele acrescentou que a empresa estava lançando uma correção e que dispositivos Mac e Linux não foram afetados.

“Não se trata de um incidente de segurança ou ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implementada. Recomendamos que os clientes acessem o portal de suporte para obter as atualizações mais recentes e continuaremos a fornecer atualizações completas e contínuas em nosso site. Recomendamos ainda que as organizações garantam que estão se comunicando com os representantes da CrowdStrike por meio de canais oficiais. Nossa equipe está totalmente mobilizada para garantir a segurança e a estabilidade dos clientes da CrowdStrike”, disse Kurtz.

Impacto mundial

Companhias aéreas e aeroportos na Alemanha, França, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos, bem como na Austrália, China, Japão, Índia, Cingapura e Taiwan, estão relatando problemas com os sistemas de check-in e emissão de bilhetes, resultando em atrasos nos voos e amplo caos nos aeroportos.

As autoridades federais do espaço aéreo dos EUA anunciaram uma paralisação do tráfego aéreo em todo o país nesta sexta-feira devido às interrupções.

E nos EUA, algumas centrais de atendimento 911 e não emergenciais também parecem ter sido afetadas. Uma postagem da Alaska State Troopers disse que muitas dessas centrais de atendimento “não estavam funcionando corretamente em todo o estado do Alasca”.

A Sky News, emissora de notícias do Reino Unido, enfrentou problemas para transmissões ao vivo nesta manhã devido à interrupção, segundo um post do presidente executivo da empresa, David Rhodes. O New Zealand Herald informou que os serviços bancários no país também foram afetados pelo problema, e vários canais de notícias indianos disseram que também tiveram problemas na transmissão.

Obviamente que o incidente impactou o desempenho da CrowdStrike na Bolsa de Nova York. As ações da companhia caíram cerca de 18%antes da abertura do pregão desta sexta-feira. Os papéis da Microsoft também recuaram, 2,06%.

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