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O volume de aportes em startups ao redor do mundo no mês de maio somou US$ 39 bilhões, segundo dados do Crunchbase. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o número significa um recuo de 20%. Já olhando em relação a abril, a queda foi de 14%.

Este, como se diz, é o copo meio vazio, o reflexo do cenário de maior aversão ao risco e menor liquidez decorrente das incertezas com os rumos da economia no mundo.

Mas olhando o copo meio cheio, o resultado é “menos pior”. No acumulado dos primeiros 5 meses do ano, o total de investimentos em venture capital somou U$ 247 bilhões. Um ano antes, a bolada tinha sido de US$ 259 bilhões. Ou seja só 4,63% a mais.

Se o inverno já chegou, ele parece não estar tão gelado quanto se imaginava. Mas como dizem, as coisas podem piorar antes de melhorar, então não dá para soltar foguete. Pelo menos ainda não.

Total de investimento por mês até maio de 2022, segundo o Crunchbase

Desempenho no ano

O ano começou animado, ainda na esteira da euforia do fim de 2021. Em janeiro e fevereiro, os valores investidos superaram os do ano passado em 24% e 19%, chegando a US$ US$ 62 bilhões e US$ 50 bilhões, respectivamente.

Com a mudança de ventos na economia global a partir do fim de fevereiro, os meses de março, abril e maio foram de queda. O mês passado, aliás, foi o 1º em que o mercado movimentou menos de US$ 40 bilhões em um período de 18 meses (desde os US$ 26 bilhões de novembro de 2020).

Segundo o Crunchbase, no mês de maio, o maior recuo veio das rodadas feitas em companhias em estágio mais avançado de desenvolvimento, um recuo próximo a 40% na comparação com o que vinha sendo praticado ao longo de 2021. Foram US$ 22,3 bilhões, contra uma média de US$ 36,2 bilhões.

Os aportes em estágio mais inicial, o early stage, também encolheu. Foram US$ 13,7 bilhões, contra US$ 17,6 bilhões em maio do ano passado.

Dentro dessa categoria, no entanto, um sinal de positividade. Os investimentos anjo e seed (que representam menos de 10% do mercado total) avançaram 11%, somando US$ 3,1 bilhão.

Aportes por estágio de desenvolvimento das startups até maio de 2022, segundo o Crunchbase

Grandes desacelerando

Em linha com essas tendências – ou mesmo fazendo com que elas se tornassem realidade -, grandes nomes do mercado deixaram de fazer tantos aportes em companhias em estágios mais avançados, passando a olhar mais para negócios em estágios anteriores. A Tiger Global, por exemplo, liderou mais rodadas de série A, enquanto a Andreessen Horowitz olhou mais para negócios seed e série A do que em meses anteriores.

A Insight Partners, 3º fundo mais ativo na liderança de rodadas em maio, reduziu o número de aportes feitos como um todo.

Com os investidores de late stage segurando seus aportes, os valuations certamente vão cair e o ritmo de investimentos continuará a desacelerar. Mas isso também significa que, para muitos investidores que levantaram recursos recordes para seus fundos nos últimos anos, há oportunidades para competir para fazer aportes nas melhores empresas a valores mais baixos”, escreveu Gené Teare, editora do Crunchbase News.

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