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Desde o começo do ano, a GetNinjas tinha um futuro incerto. Em janeiro, a companhia teve a sua maior parte comprada pela Reag Investimentos em uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), com a gestora passando a controlar 66% do negócio. Contudo, esta semana a história teve novos desdobramentos, com o anúncio na quarta (26) de uma cisão parcial da companhia e uma onda de demissões que veio na sequência essa sexta (28).

Os cortes no quadro foram confirmados pela GetNinjas em nota enviada ao Startups. De acordo com a empresa, 30 colaboradores foram desligados, mas a empresa não deu detalhes sobre quais as áreas atingidas.

Ex-funcionários afetados pelos cortes (mas que não quiseram ter seus nomes revelados), afirmaram à reportagem do Startups que as demissões afetaram praticamente um terço da companhia, já que nos últimos tempos a empresa operava com pouco mais de 120 colaboradores.

“Eles informaram para a gente que a empresa não está se pagando e que foi necessário fazer esses cortes”, afirmou uma das fontes, relatando que funcionários de áreas variadas, como comunicação, dados, tecnologia, entre outras, foram dispensados.

Em nota enviada ao Startups, a GetNinjas afirmou que os cortes fazem parte de uma “reestruturação necessária para alinhar os recursos da empresa com seus objetivos de longo prazo”. Segundo Rafaela Mengui, Diretora de Pessoas e Cultura no GetNinjas, a redução no time proporciona uma base robusta para -a empresa avançar com foco nas frentes de Produto, Tecnologia e Novos Negócios.

“Com a abertura para novos horizontes estratégicos, novas habilidades e experiências são necessárias para chegarmos lá. Estamos profundamente gratos pelas contribuições desses Ninjas e comprometidos em apoiá-los durante essa transição”, destacou a executiva.

Essa foi a segunda onda de demissões na GetNinjas em pouco mais de um ano. Em maio de 2023, a companhia demitiu 20% de sua força de trabalho. Segundo a companhia, foi uma medida para “adequar as despesas e preparar o negócio para o futuro, mantendo seu crescimento com sustentabilidade”.

Cisão e novo nome

Os impactos na força de trabalho são um reflexo de um redesenho maior que a GetNinjas vem passando após ser assumida pela Reag. Na última quarta (26), a companhia aprovou em assembleia a cisão parcial da empresa e incorporação do acervo cindido pela subsidiária Reag Trust, além da mudança da denominação social para GN. De acordo com a companhia, o objetivo é racionalizar a divisão das atividades operacionais entre as sociedades.

Toda essa mudança no quadro acionário tem como foco virar um negócio que vinha mal das pernas há bastante tempo. Após fazer o seu IPO em 2021 levantando R$ 550 milhões, a companhia viu sua receita cair e seu capital despencar no ano passado, chegando a pouco mais de R$ 250 milhões. Isso chegou a gerar uma disputa entre a Reag, uma das maiores acionistas, com o fundador e CEO Eduardo L’Hotellier.

A briga se arrastou por cerca de um ano, até ser concluída de forma dramática no fim do ano passado com a saída de Eduardo. Em novembro do ano passado, já com a Reag dando as cartas, a GetNinjas nomeou um novo CEO, o ex-Alvarez & Marsal Leonardo Meneses.

Ao atingir 25% do capital da GetNinjas, a Reag acionou a sua Oferta Pública de Aquisição no fim do ano, e concluiu o processo em janeiro. Segundo a própria Reag, a gestora comprou tudo o que foi ofertado, e com isso chegou a 66% de controle acionário da GetNinjas.

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