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O Freto, logtech que conecta caminhoneiros às cargas do mercado rodoviário, se prepara para uma nova captação. Depois de levantar R$ 22,5 milhões no ano passado em uma rodada classificada como seed, apesar do tamanho do cheque, a companhia agora quer colocar mais gasolina no tanque. A startup está em busca de uma série A de R$ 50 milhões para escalar o negócio.

Segundo o CEO Thomas Gautier, parte dos recursos será usado para investimentos em marketing e comercial, com o objetivo de aumentar as vendas e a base de clientes. Além disso, a startup vai aprimorar a frente tecnológica trazendo novas funcionalidades para se diferenciar da concorrência e agregar mais valor aos usuários, e investir em digitalização e automatização dos processos para ganhar mais escala e eficiência. 

Com o caixa reforçado, o Freto pretende lançar uma plataforma de gestão financeira e expandir o projeto Clube da Estrada, que disponibiliza pontos físicos de acolhimento e segurança para os caminhoneiros, com serviços de saúde, bem-estar, entretenimento e descanso entre as jornadas de trabalho. Com 8 unidades espalhadas pelo país, o Clube da Estrada acumula 800 mil visitas e mais de 200 mil serviços prestados aos caminhoneiros.

“Existe o desejo de expandir as operações da Freto na América Latina. Há cerca de 2 anos estudamos o mercado mexicano, e sabemos que na Argentina também há dores similares”, afirma Thomas. No entanto, essa não é uma demanda para o próximo ano. “O Brasil é muito grande e temos muito o que fazer por aqui”, diz o executivo. A internacionalização deve ficar para 2024 ou 2025, dependendo das oportunidades em cada região.

Os M&As também estão no radar da companhia, embora não haja uma projeção de quantas transações serão feitas. “Olhamos oportunidades de aquisição de empresas que poderiam acelerar nosso crescimento, seja em carteira de clientes ou incorporação de uma solução. Mas o M&A será em função das oportunidades, não uma jornada pré-estabelecida do quanto vamos gastar com isso”, pontua Thomas.

A previsão é fechar a rodada no primeiro trimestre de 2023, e a startup já está em conversas com fundos de venture capital e corporate venture capital. “Nos últimos 8 meses o mercado voltou ao normal. O anormal estava acontecendo antes, com investidores alocando dinheiro sem nem avaliar a empresa”, analisa Thomas. De acordo com o executivo, o Freto nasceu com uma mentalidade “caixa responsável”. “Sempre fomos criteriosos nos investimentos e prioridades. Acredito que em qualquer momento da economia existam oportunidades para quem está fazendo o certo: agrega valor, monetiza e tem um plano de negócio com retorno financeiro.

Sobre o Freto

O piloto do Freto foi criado em 2018 dentro da Ticket, marca do grupo francês Edenred, e o lançamento oficial da plataforma ocorreu em 2019. “No ano seguinte, tomamos a decisão de fazer o spin-off para que ele pudesse voar com as próprias asas, ganhar autonomia e ter uma jogada própria focada no mercado das logtechs”, explica Thomas. O executivo deixou a liderança de logística do Grupo Edenred para assumir a presidência da startup.

Junto com o spin-off veio o primeiro aporte: R$ 22,5 milhões em uma rodada feita pelas Famílias Corrêa da Silva e Stumpf, empreendedores gaúchos que fundaram grandes ativos no Brasil, como Getnet, Embratec, Saque e Pague e Banco Topázio; a gestora Quartz Investimentos; e Edenred Capital Partners, o fundo de venture capital da Edenred.

O Freto tem hoje 160 colaboradores e cresce entre 80% e 120% a cada ano. Para 2023, a projeção é um aumento de 80% em faturamento. A startup possui mais de 170 mil motoristas qualificados e 300 mil veículos cadastrados, além de intermediar mais de 150 mil toneladas de carga por meio de 3,5 mil contratações (matches) diariamente.

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