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App de transporte egípcio Swvl começa a operar no Brasil antes de março

Companhia vai trazer seu serviço de transporte por ônibus entre cidades e já contratou o ex-Uber Vitor Lalor para tocar a operação local

Swvl
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O aplicativo egípcio de transporte Swvl está preparando o início formal de suas operações no Brasil para o começo de 2022. O plano é estrear o serviço de transporte por ônibus entre cidades antes do prazo previsto inicialmente, que era fim de março, disse ao Startups, Youssef Salem, diretor financeiro da companhia.  

Perguntado sobre as cidades por onde a companhia pretende começar a operar, ele disse que isso será revelado apenas mais próximo ao lançamento oficial.

Para tocar a operação local, a companhia acaba de contratar Vitor Lalor, que foi gerente de marketing e de operações do Uber. O Startups apurou que ela também tem como advisor Daniel Mangabeira, ex-diretor de políticas públicas do Uber, que está agora na Bitso. No LinkedIn, a companhia tem duas posições abertas: Marketing & Growth Manager e Planning & Pricing Manager

Fundada em 2017 e com sede em Dubai, a companhia tem 3 áreas de atuação: Swvl daily, uma espécie de Uber para ônibus e vans dentro das cidades; Swvl business, com soluções de tecnologia para gestão de transporte e Swvl travel, para viagens compartilhadas por ônibus e vans entre cidades. Ela não atua no transporte individual de passageiros.

O mercado de transporte no Brasil está ficando movimentado com a Buser fazendo barulho e incomodando os players tradicionais com seu modelo de operação sem ônibus próprios e as europeias Flixbus e Bla Bla Car investindo em operações por aqui. Além da ineficiências de um setor que recebeu pouco investimento nos últimos anos, entra na conta a expectativa de aumento de viagens internas depois da pandemia e mudanças de hábito surgidas nos últimos tempos, como mais gente morando fora dos grandes centros.

Meu sangue latino

A Swvl desembarcou na América Latina em agosto com a compra da Shotl, uma startup espanhola de transporte por ônibus e vans com atuação em 22 países, incluindo o Brasil. Em novembro/20, a Shotl tinha anunciado um projeto de transporte de passageiros por transporte público (demand-responsive transport, ou DRT) em duas regiões da cidade de Belo Horizonte como parte do projeto MOVX. O processo de compra da Shotl pela Swvl ainda não está concluído.

Enquanto aguarda a liberação, a companhia anunciou, na semana passada, uma nova operação, a compra da argentina Viapool, que faz rotas de transporte dentro das cidades de Buenos Aires (Argentina) e Santiago (Chile). Segundo Youssef, o plano é desembarcar no México antes do fim do 2º trimestre do ano que vem.     

A expansão para a região começou logo depois de a Swvl anunciar que iria se fundir ao SPAC Queen´s Gambit Growth Capital, e concluiria sua listagem na Nasdaq até o fim do ano. Com o movimento, ela será a 1ª companhia com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão do Oriente Médio a ir para a bolsa dos EUA. A expectativa é que ela seja listada valendo US$ 1,5 bilhão.

Balanço do 3º tri

No 3º trimestre, a companhia apresentou receita de US$ 26 milhões, um crescimento de quase 4 vezes na comparação com o mesmo período do ano passado. Na comparação com o 3º trimestre de 2019, ou seja, antes das restrições de mobilidade trazidas pelo enfretamento à pandemia, o avanço foi de quase 2 vezes.

Entre junho e setembro de 2021, a margem líquida foi negativa em 12,5% por conta dos investimentos feitos para crescer. Um ano antes, o resultado foi positivo em 2,1% uma vez que a companhia se preocupou em preservar caixa por conta da pandemia.

O número de viagens marcadas ficou em 9 milhões nos 6 países onde ela operava na época, o que equivale a uma taxa de ocupação de 83%.