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O Nubank decidiu literalmente seguir o caminho das Índias. O neobank anunciou hoje que coliderou uma série B de US$ 44 milhões na fintech indiana Jupiter, agora avaliada em US$ 300 milhões. O aporte foi feito em conjunto com Sequoia Capital (que é investidora do Nubank e tem um braço bem atuante na Índia), Matrix Partners e Global Founders Capital (GFC). Mirae Assets Ventures e investidores que já tinha colocado dinheiro na fintech como Addition Ventures, Tanglin VC, 3one4 Capital, Greyhound e Beenext também participaram. Com escritórios em Mumbai e Bangalore, a Jupiter lançou seu aplicativo e sua conta digital há apenas um mês para convidados – bem estilinho Nubank mesmo.

Esse é o primeiro investimento puro do banco digital brasileiro em uma outra companhia. Até então, ele havia feito apenas aquisições – sendo a Juntos Global a mais recente – para fortalecer seu portfólio.

Mas, porque raios um investimento do outro lado do mundo, na Índia, e não no México ou Colômbia, onde o neobank já opera? Em nota enviada ao Startups, o Nubank afirma que “a parceria vai permitir não só apoiar o seu crescimento como aprender com os desafios superados no mercado indiano – que apresenta vários pontos em comum com o brasileiro (renda per capita baixa, alta regulação, parece familiar?) – e, assim, fortalecer a revolução da indústria financeira na América Latina”.

Isso indica que, mais do que entrar no mercado indiano e se tornar um player local, o Nubank pretende aprender com o que está rolando por lá e, eventualmente, trazer as novidades para a América Latina. O neobank já tem como investidora chinesa Tencent, que lhe dá um olhar privilegiado sobre o que está acontecendo por lá.

E de fato, o mercado de fintechs indiano, assim como o do Brasil, é bem forte. A desmonetização no país tem feito o ecossistema crescer exponencialmente. A Paytm, por exemplo, é o único super unicórnio daquele país, valendo mais de US$ 10 bilhões. São 500 milhões de usuários em sua carteira digital. A empresa também compete no e-commerce com o Paytm Mall e possui uma plataforma de investimentos e negociação chamada Paytm Money. O país ainda é um caso de referência na adoção de pagamentos instantâneos, com o UPI (Um beijo pra você, PIX!).

E a América Latina?

Até o momento, as operações do Nubank fora do Brasil são no México e Colômbia, como citado anteriormente. No México, a empresa já recebeu mais de 2 milhões de inscrições e é uma das maiores emissoras de novos cartões de crédito. Na Colômbia, onde desembarcou há cerca de 8 meses, mais de 300 mil colombianos já se inscreveram na lista de espera para se tornarem clientes do cartão de crédito.

Ainda de acordo com a nota enviada pela empresa, a decisão de investimento não interfere no interesse do Nubank pelo mercado latino americano. “Um exemplo disso é que em abril deste ano o neobank anunciou um investimento de US$ 135 milhões no México para impulsionar e consolidar o crescimento de sua operação no país através da contratação de talentos e desenvolvimento tecnológico”.

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