A Atlas, HRTech norte-americana que oferece soluções de recrutamento e contratação de profissionais em outros países, está iniciando a sua operação no território brasileiro, com a finalidade de ajudar startups locais e da América Latina a contratar talentos fora do país.
Fundada em 2015, a startup é uma employer of record, que assume o trabalho de empregar profissionais para seus clientes, assumindo as responsabilidades de vínculo empregatício e pagamentos ao colaborador. Para isso, a companhia abriu entidades próprias em mais de 160 países.
“À medida que entramos em diferentes países, aprendemos como fazer os trâmites de emprego em cada um deles, e construímos a tecnologia para ajudar nossos clientes a contratar e gerir seus talentos em diferentes localidades”, explica Rick Hammell, fundador e CEO da Atlas, em entrevista ao Startups.
A entrada no mercado brasileiro segue a estratégia da Atlas para levar suas ofertas para empresas em mais países, sendo o seu primeiro passo na América Latina. Atualmente, a companhia já atende empresas em cerca de 30 países nos seus desafios de gerir times globais. “Por isso até já estávamos presentes no Brasil, ajudando empresas de fora que queriam entrar e contratar por aqui”, completa Rick.
Segundo o CEO, com esta estratégia a empresa teve um crescimento de 150% em sua base de clientes e 300% em receita desde 2021, e agora com a entrada em novos mercados, a meta segue alta, apesar de mais conservadora. “Esperamos um crescimento de 60% a 65% em nossa base de clientes em 2023”, avalia.
Para seguir o plano e prospectar empresas brasileiras que desejam desenvolver equipes globais, a Atlas investiu em equipe. A companhia trouxe Adriano Araújo, ex-presidente da multinacional Dunnhumby no América Latina. “Estamos comprometidos com nosso plano na região. Cerca de 17% do nosso orçamento este ano será focado na operação LATAM”, afirma Rick.
Além disso, Maíra Gracini, responsável pela expansão de empresas como Salesforce, Zendesk e EBANX, assume como VP de Marketing e Carlos Butori, que já liderou equipes de vendas em tecnologia, esportes e entretenimento, é o novo VP de Desenvolvimento de Negócios. Ambos terão responsabilidade regional e terão equipes locais.
Todo este investimento vem no rastro de uma rodada de US$ 200 milhões que a Atlas recebeu em setembro do ano passado. Com o aporte, liderado pelo fundo Sixth Street Growth, a prioridade da HRTech é impulsionar sua expansão internacional, assim como aprimorar sua plataforma de gestão de talentos, criando mais recursos de autogerenciamento para os clientes.
Para startups e scale-ups
Entendido melhor o modelo de negócio da Atlas, vem a pergunta: quais são as empresas que a HRtech espera atrair no mercado brasileiro? Para Rick Hammell, apesar das grandes empresas terem mais “poder de fogo” para criarem operações internacionais, um dos focos da Atlas é o de justamente auxiliar negócios menores, assim como startups e scale-ups.
Na visão de Rick, ao tirar das mãos destas empresas as complexidades e custos de ter que abrir uma filial no exterior para empregar um colaborador, elas terão maior flexibilidade para montar times com profissionais de diversos países.
Outro ponto citado por Rick é o da retenção. Segundo ele, à medida que mais e mais profissionais estão no formato remoto, uma solução como a da Atlas pode ajudar a manter talentos, mesmo que eles decidam morar em outro país.
Para explicar as vantagens, Rick dá um exemplo. “Para uma scale-up que precisa suportar um cliente na China, ela precisa abrir uma filiar, fazer o recrutamento e passar por diversos trâmites, em um processo que pode levar meses e custar milhares de dólares. Pela nossa plataforma, ele faz isso em dias, com alguns cliques em nossa plataforma”, pontua.