O Banco do Brasil vai investir em uma startup ligada ao mercado cripto. O banco anunciou um investimento estratégico na fintech Bitfy, startup brasileira especializada em soluções de infraestrutura e criação de aplicações utilizando a tecnologia blockchain.
O aporte, de valor não divulgado, foi o primeiro realizado através do BB Impacto ASG, fundo de corporate venture capital do banco que, sob gestão da VOX Capital, está orientado para a geração de impacto positivo.
Segundo destacou o BB em nota à imprensa, o investimento tem o papel de amplificar a estratégia de inovação da instituição. “As soluções da startup podem ser utilizadas, por exemplo, em campanhas que utilizam NFTs e tokenização de ativos, o que inclui produtos do Banco do Brasil“, afirmou o banco no comunicado.
O investimento visa otimizar as aplicações e sistemas internos da instituição, desenvolvendo soluções mais eficientes para democratizar o acesso a produtos financeiros, como pagamento e crédito, e não financeiros, como ativos agrícolas e carbono. Como beneficiados, estão sendo considerados clientes pessoas físicas e jurídicas.
“O investimento na Bitfy em parceria entre o Banco do Brasil e a VOX é muito estratégico por diversos ângulos. Ao aproximar a instituição financeira mais experiente do Brasil rumo ao desenho de um arranjo financeiro mais eficiente e democrático, é possível incluir pessoas hoje à margem do sistema financeiro tradicional devido a inúmeros gargalos que a tecnologia blockchain permite solucionar”, destacou o presidente do BB, Fausto Ribeiro.
Apesar de todos os planos potenciais, Fausto afirmou nesta quinta (10) que o investimento não representa uma investida real do banco em produtos de criptoativos. “Não necessariamente vamos operar com eles em criptoativos no futuro”, afirmou, durante entrevista sobre os resultados do terceiro trimestre.
Sobre a Bitfy
Fundada em 2017 por Lucas Schoch, a Bitfy possui entre os investidores a Borderless Capital, Algorand Capital e Dash Investment Foundation, especializados no mercado blockchain. A startup facilita a relação de empresas com esse ecossistema de inovação em blockchain, permitindo o desenvolvimento de soluções para troca de valor ou informação.
“Agora que selamos essa parceria estratégica, Bitfy e Banco do Brasil, iremos impulsionar a adoção da nova economia DeFi [finanças descentralizadas], desenvolvendo a infraestrutura necessária para ampliar a autonomia e democratizar a utilização e acesso ao ecossistema de ativos digitais em todo o Brasil”, diz Lucas Schoch.
Quanto ao BB Impacto ASG, administrado pela VOX, a meta é investir e impulsionar startups de base tecnológica que endereçam problemas socioambientais com foco em fintechs, agritechs, govtechs, e startups com soluções que buscam melhorar a experiência digital dos clientes do Banco do Brasil.
Lançado no começo de 2022, o fundo prioriza empresas nos estágios seed e série A, e a previsão é ter até 15 empresas no portfólio. O BB Impacto ASG fez parte de uma estratégia de CVC que gerou dois fundos, este em parceria com a VOX e outro com a MSW Capital, que recentemente fez um investimento de R$ 5 milhões no neobanco gaúcho Yours Bank.
No primeiro semestre de 2021, o BB já havia feito aporte em três outros fundos de venture capital – o Journey IV, gerido pela Astella Investimentos; AG Ventures II, gerido pela SP Ventures; e o fundo Indicator 2 IoT, da gerido pela Indicator Capital.