Beep quer ser o primeiro unicórnio da saúde em 2022 (com ajuda do dólar)

O haras de unicórnios brasileiros segue crescendo ano a ano. Mas a lista de startups que valem mais de US$ 1 bilhão ainda precisa preencher várias lacunas tanto em termos de diversidade – só há um negro e uma mulher entre quem fundou uma companhia – quanto de segmentos. Não há representantes de agro, o grande motor da economia nacional, nem de educação e nem de saúde.

Mas se tudo caminhar da forma como Vander Corteze imagina, pelo menos no último setor, um representante deve surgir no próximo ano: a sua Beep. “Já começamos a ser abordados pelos fundos para a próxima captação. Estamos apresentando crescimento consistente. A tese é que conseguimos fazer uma boa rodada no 2º semestre do ano que vem”, conta ele.

Além do desempenho do próprio negócio, Vander terá que contar com uma ajudinha do câmbio para fazer da Beep o 1ª healthtech unicórnio do país. Isso porque, levando em consideração o câmbio de abril R$ 5,45), quando a companhia anunciou sua série B, avaliada em R$ 670 milhões, em dólares, ela vale perto de US$ 122 milhões.   

Se as projeções se mantiverem em R$ 5,50 para o fim do ano que vem, será preciso dar muito sangue (healthtech, exames laboratoriais entendeu a piada?) para multiplicar o valuation em mais de 8 vezes em 1 ano. Mas nada impossível também diante da alta liquidez atual do mercado e dos planos de expansão de atuação da companhia.

A companhia que começou a atuar com vacinas aplicadas em domicílio, entrou mais recentemente nos exames laboratoriais. Desde a rodada, a Beep aumentou sua equipe de 500 para perto de 1,3 mil pessoas. A cobertura geográfica saiu de 3 para 5 estados. A receita está em R$ 100 milhões. “Minha energia mental hoje está dividida entre 10% olhando crescimento em vacina, 80% acelerando laboratório e 10% estudando novos negócios”, conta Vander.

Vale-saúde da Beep

Hoje a Beep está colocando no ar uma dessas “novas novidades”. Um vale-presente para serviços de saúde. Os valores disponíveis são de R$ 50, R$ 100, R$ 150 e R$ 250 e o prazo para uso é de 2 anos a partir da compra. A ideia é aproveitar o período do Natal para promover a compra de um presente que tenha mais utilidade para as pessoas. O mote da campanha de lançamento, aliás, é exatamente este: “Neste Natal, saúde é o melhor presente”. Entre as ações previstas para a divulgação está um amigo secreto entre influenciadores no Instagram.

“As vacinas de uma criança até os 18 meses podem custar até R$ 12 mil se você fizer no privado. E tem os exames de doenças genéticas que tem muita gente fazendo, mas os planos não cobrem. Será que uma mãe quer ganhar um presente que pode ficar esquecido, ou algo que abate desses custos?”, pondera Vander

Além de uma nova linha de receita por si só, o vale-presente também estreia uma carteira digital criada dentro do aplicativo da Beep, que poderá ser usada para outros tipos de serviços no futuro.