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Quando o remédio que tomava para controlar os efeitos da síndrome de Hashimoto foi descontinuado, o carioca Evandro Campos viu que era preciso mudar a relação entre farmácias e pacientes crônicos. “Eu tomava o remédio há anos e ninguém me avisou o que ia acontecer. Existe um grande espaço para melhorar a interação. Por que não usar a tecnologia para fazer essa aproximação?”, conta.

Foi então que o executivo do setor financeiro – com passagens pelo Pactual, Ágora e dois negócios próprios, sendo um a Monetar, tendo sido vendido para a Geração Futuro – resolveu mudar de área se se aventurar no segmento farmacêutico. A 1ª tentativa foi de criar um marketplace de pequenas farmácias oferecendo disponibilidade de produtos comais proximidade dos compradores e preços menores. Mas isso se mostrou uma péssima abordagem de negócio. “A farmácia pequena não tem preço nem produto. E o preço é um fator primordial”, diz.

Evandro Campos, fundador da Benie

No fim de 2018, a Benie ganhou o formato que tem hoje: uma plataforma que atende quem precisa comprar itens de farmácia como remédios, vitaminas e até itens de higiene e beleza de forma recorrente. “A ideia é pegar o pedaço que a pessoa compra continuamente, a farmacinha doméstica. Com agendamento para receber. Preferimos o planejamento à urgência” explica. Segundo Evandro, as farmácias físicas ainda terão um papel importante para os consumidores, suprindo essas demandas mais pontuais e com um papel de orientação e cuidado. “A farmácia é um local para se buscar saúde”, diz.  

Operação e metas

Atualmente, são 28 mil produtos oferecidos. A Benie tem parcerias com laboratórios e fabricantes para fornecimento e também montou uma farmácia própria, uma espécie de estoque regulador para garantir o abastecimento dos clientes dentro dos prazos que eles precisam. ‘Somos um aplicativo que montou uma farmácia”, explica Evandro.

A operação está baseada no Rio e o grosso das entregas acontece na cidade. Mas a empresa já tem clientes espalhados pelo Brasil. Segundo o fundador, o alvo é principalmente o público acima de 40 anos, com mais concentração na faixa acima dos 60 anos. “É quem fica doente”, brinca ele, que tem 52 anos.

O modelo, que ficou em teste ao longo de 2019, teve um salto com a chegada da pandemia, por motivos óbvios. “Era o táxi parado na porta da casa em um dia de chuva. A operação virou gigante”, diz Evandro.

Em pouco mais de 1 ano, o negócio teve um salto de 1.000%, com mais de 5,5 mil novos clientes, 2 mil transações mensais e um aumento de 60% no ticket médio. A meta é ter uma receita de R$ 8 milhões no fim de 2021 e multiplicar o valor por 5 em 2022. Em 2024, a companhia pretende ter receita de R$ 500 milhões com mais de 250 mil transações por mês. “É um mercado de muita gente. Não tem um grande player fazendo tudo. Nos EUA a CVS é muito grande, mas tem outras redes. Aqui vamos ter os grandes, mas também teremos os digitais”, avalia Evandro.

O mercado farmacêutico brasileiro movimenta R$ 140 bilhões por ano. Antes da pandemia, a participação do digital era de 1% e hoje chega a 10%. A estimativa de Evandro é que o número chegue a 30% em 5 anos.

O salto

O salto da Benie virá de dois movimentos: a entrada no mundo das empresas e a expansão geográfica.

Segundo Evandro, a ideia é que a compra de remédios seja oferecida como um benefício para os funcionários, assim como um Gympass. “Há uma oportunidade de agregar valor para o contratante e para o funcionário”, diz. De acordo com ele, isso não significa abandonar o modelo de venda direta para o consumidor a ideia é ter um modelo B2B2C.     

Até o fim do ano a companhia chegará a São Paulo No ano que vem, a região Sul será o alvo. “O Sudeste e o Sul concentram 75% do mercado de saúde. Sendo só São Paulo responsável por 40%. É natural abrir uma operação aí”, díz Evandro.

A chegada em novos territórios vai acontecer em um formato “clean”, com parcerias com redes de médio a grande porte de atuação regional – conhece São João, a 4ª maior rede do Brasil? eu não conhecia. A ideia é agregar a tecnologia e funcionar como um alavancador de sua presença no mundo on-line. “A Benie é uma API que se pluga em qualquer operação. A visão é de que uma farmácia é serviço que pode ser incluído em várias coisas”, diz Evandro.

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